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Biblioteca de Fanzines

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Chuva

Chuva

Hoje a chuva se faz presente!
E eu gostaria mesmo é que a chuva que ouço cair lá fora,
caísse aqui dentro de mim!
Eu gostaria que ela caísse bem de vagarinho lavasse minha dor,
essa que eu sinto por você não estar mais aqui.

Lá fora a chuva cai!
E aqui dentro estou respirando fundo.
Tenho sentido saudades.
E eu gostaria mesmo é que meu cigarro não apagasse,
que o vinho e a música não se acabassem.
Por Deus!
Eu juro!
O que eu gostaria mesmo é que a chuva que cai lá fora agora,
caísse aqui dentro de mim e lavasse as minhas lágrimas.
Lavassem e as levassem.
Essas que me alagam por não ter mais você...

Eu sei que a chuva não fará isso por mim.
Eu sei que o disco uma hora arranha, que o livro uma hora amarela,
e que jamais conseguirei me livrar do que está dentro de mim.
Eu sei que você e o seu cheiro que me prendem.
Eu sei...


Ah!
Juro por Deus!
Eu gostaria mesmo é que a chuva que cai lá fora agora,
caísse bem aqui dentro de mim,
e lavasse este lado negro onde nosso barco naufragado está preso!

Eu não consigo conter essa vontade,
por que tudo o que eu gostaria  mesmo,
é que a chuva que cai lá fora agora,
caísse bem aqui dentro de mim e lavasse você,
que estão presas as paredes deste meu coração.

Mas, eu sei que a chuva, não fará isso por mim!
Então.
Enquanto eu estiver aqui só,
enquanto eu for prisioneira de mim mesma,
enquanto eu estiver como alguém que não vive sem meditar sobre você.
Enquanto isso estiver acontecendo, eu irei sentar fumar, beber e escrever.
Desisto de querer...

Acendo mais um cigarro!
Tomo mais uma taça!
Choro intensamente!
E me deito...

Oh!
Eu juro!
Eu gostaria mesmo é que a chuva que cai lá fora,
caísse aqui dentro de mim  e fizesse você deixar de ser hóspede.
E certa de que isto não acontecerá.
Eu,
Eu!
Desisto...

Enquanto chove lá fora,
eu escrevo isso aqui, num papel qualquer de embrulho de pão.
Só pra constar o que estou sentindo.
Só pra constar o que eu gostaria mesmo que acontecesse.
Só pra constar que desisti de desistir...

Por fim, dizer que você ainda está viva aqui dentro.
Que eu suspiro fundo, quando me lembro do seu sorriso.
Pena que você não pode me ler, pena que você não irá saber.
Ainda te amo...

Mas, eu gostaria mesmo é que a chuva lavasse esse amor,
e o levasse como água da correnteza de um rio.
Enquanto isso não acontece.
E eu sei que a chuva não fará isso por mim!
Vou adormecendo, ora chorando, ora engolindo o choro,
até a chuva decida vir te lavar e levar aqui de dentro.

Por: Daniela Dias.