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Biblioteca de Fanzines

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Camaleão

Camaleão

Uns irão te amar
somente pelo fato de você
ser exatamente quem você é.
Mas,
não há com o que se iludir.
Por que  pelos mesmos motivos,
outros irão te odiar...

Uns irão respeitar você,
te admirar profundamente!
Enquanto, outros irão tentar
destruir a sua imagem,
sua reputação.
E o que eu poderia dizer?

De tudo,
seja intuitivo!
Não se desespere com
as possibilidades de existirem
pessoas que irão te amar ou odiar.

O pior de ser quem você é.
Não são nem serão aqueles
que sentirão  amor ou ódio.
Sabe por que?

Por que...
Os piores são e serão sempre
aqueles que ao cruzarem seu
caminho vendo quem você é,
ajam feito camaleão,
transmutando,
imitando,
consumindo  sua vida,
imitando a arte de ser você.

É disto que se trata este pensamento...

Por: 
Daniela Dias.




Camaleão

Camaleão

Uns irão te amar
somente pelo fato de você
ser exatamente quem você é.
Mas,
não há com o que se iludir.
Por que  pelos mesmos motivos,
outros irão te odiar...

Uns irão respeitar você,
te admirar profundamente!
Enquanto, outros irão tentar
destruir a sua imagem,
sua reputação.
E o que eu poderia dizer?

De tudo,
seja intuitivo!
Não se desespere com
as possibilidades de existirem
pessoas que irão te amar ou odiar.

O pior de ser quem você é.
Não são nem serão aqueles
que sentirão  amor ou ódio.
Sabe por que?

Por que...
Os piores são e serão sempre
aqueles que ao cruzarem seu
caminho vendo quem você é,
ajam feito camaleão,
transmutando,
imitando,
consumindo  sua vida,
imitando a arte de ser você.

É disto que se trata este pensamento...

Por: Daniela Dias.

Daniela Dias - Poetisa


Cais da Saudade.

(Recomendo que o texto seja lido ao som da música On May Own da Nikka Costa. Peço desculpas pois, o texto é bem antigo mas achei que valia a pena publicá-lo.)

Cais da Saudade.

Menina!
Menina!
Onde está você?
Menina!
Menina!
Deixe-me te ver.

Nova Almeida, Serra/ES.
São quatorze horas em ponto, estou aqui sentada no cais.
Eu amo esse cais!
E você sabia disso.
Amo tanto quanto amo música, cigarro, boa comida e poesia.

O dia está parcialmente frio e daqui eu vejo as garças mergulhando.
Eu admiro tanto as garças!
E você sabia disso também.
Daqui estou vendo os barcos ancorados, inclusive aquele lindo.
Aquele amarelo lembra?
Se você pudesse se lembraria, eu sei.

Estou ouvindo Nikka Costa cantando On May Own, com o riplay ligado há bastante tempo.
Estou fumando cigarros, estou observando a vida passando por aqui.
Pelo menos por aqui onde meus olhos podem ver.
Estou aqui imaginando como seria se você também estivesse.
Eu estaria doida, nem conseguiria ver nada, por que quando estava com você não conseguia
enxergar mais nada a minha volta.

A música da Nikka já teria sido desligada por você odiava repetições e também a Nikka.
Sei lá!
Sabe! Eu estou escrevendo essas coisas sem muitas certezas.
Acho que depois que você foi embora o meu coração ficou tão partido que não poderei mais colá-lo novamente.
Então, sempre que dói demais eu venho até aqui com frutas frescas, cadernos, canetas e cigarros...

Sento-me, ligo o riplay de uma música qualquer e fico observando o que meus olhos conseguem alcançar.
Choro, penso, repenso, choro de novo, como, acendo cigarros, apago cigarros e escrevo.
É triste!
Dói muito não saber de você...

As eu consigo sentir pena de mim.
Nova Almeida, Serra/ES.
São dezesseis horas e treze minutos, estou aqui sentada no cais.
Eu amo esse cais!
E você sabia disso.
Estou finalizando este texto que não irei chamar de poesia.
O sol já está indo se deitar e meu coração ainda...

Bem, vou desligar música, preciso me levantar.
Ficar de pé!
Amo muitas coisas, amo esse cais, amo você!
Preciso dar fim a este texto, então...
Se puder ler isto de algum modo, saiba que eu amo muitas coisas, amo esse cais, amo você.
-Sinto muito sua falta!

Menina!
Menina!
Onde está você?
Menina!
Menina!
Deixe-me te ver.


Por: Daniela Dias.










Daniela Dias - Poetisa


Formiga


Seja


Caí

Caí
   a
      i
        vida
           i
             d
                abaixo
                   a
                     b
                         a
                             i
                                x
                                   o  de tanto amar!
                                                                                     (Daniela Dias)  


Daniela Dias - Poetisa


Café


Hoje!
Sinto-me livre!
Sinto-me calma!
Até um café conforta minha alma.

(Daniela Dias)



Café com Pão/Arroz com Feijão

Café com Pão/Arroz com Feijão

Hoje logo pela manhã eu saí atrasada para o trabalho.
Na portaria do condomínio reencontrei uma amiga.
Não nos víamos há muito tempo.
Eu a abracei, ela retribuiu.
Eu a perguntei como estava à vida.
Então ela começou a falar um monte de coisas,
Coisas sem fim, coisas em números, coisas grandes.
Sabe, coisas de gente grande!
Coisas de gente engrandecida…

E tudo isso ela falava num curto espaço.
Eu piscava os olhos ela falava mil palavras:
´´ carro, casa, palestra, projetos, audiência, dinheiro, processo, me convidaria para um jantar chique…’’
E ela foi falando, falando, falando!
Coisas em números, coisas de gente grande.
Palavras, palavras, palavras…
(Socorro!)
Eu pensava.

De repente olhou para o relógio, disse que custou um baba e que estava atrasada.
Despediu-se e foi embora.
Ufa! Tudo bem! O falatório havia acabado.
Eu estou feliz por ela ter conseguido conquistar tantas coisas.
Estou triste também, não pelas coisas conquistadas,
mas pela perda de uma amiga que talvez não veja mais.
Aquela que ria, gargalhava, falava palavrões e contava piadas.
Aquela que a gente abraçava e sentia calor humano.
Sabe, aquela que contagiava!
Talvez ela ainda exista lá dentro, bem dentro…

Naquele momento enquanto caminhava para o trabalho eu me lembrava
do filme que assisti com minha Eddy "O Pequeno Príncipe" (Le Petit Prince) que a propósito provocou muito em mim o ´´emocionar ´´.
O problema não é crescer, o problema é esquecer…

Resumindo:
Bem, ela foi embora e não me perguntou como eu estava.
Mas tudo bem, por que naquela hora tudo o que eu queria
era café com pão.
- Cafééééé com pããããããooooooo!
E quando alguém me convidar para um jantar, por favor!
Sirva-me:
- Arozzzzzzzz, feijããããããõoooooo!

Conclusão:
Quando me encontrar;
Abraço!
Sorrisão!
Quando me convidar;
Café com pão!
Arroz com feijão.

(Por que são essas coisas que eu amo.)

Registrei pra não esquecer.
Por que mais vale um abraço que um coração cheio de aço…

Daniela Dias.

















Daniela Dias - Poetisa


Cadavérica

Cadavérica

- Eu?
- Eu!
- Eu...

Quanto posso questionar?
Até quando?
Quanto posso me orgulhar?
Até quando?
Quando posso afirmar?
Até quando?

Cadavérica

- Eu?
- Eu!
- Eu...

Hoje o dia está cinza!
E minha vida de marasmo está nublada.
E eu!
Ah!
Eu que me auto-questiono, eu que me auto-orgulho, eu que me auto-afirmo.
Ah! Eu preciso declarar!

Tenho adoecido por dentro!
Tenho clamado ao vento!
Tenho chorado secretamente!
Tenho morrido!
Tenho sentido minha pele opaca!
Tenho notado meu olhar apagado!
Tenho sentido meu peito dilacerado!
Tenho esperado...

Cadavérica

- Eu?
- Eu!
- Eu...

Olha!
Se você ainda não conseguiu notar, nada tem sido o que parece.
Eu preciso...
Ah!
Eu preciso declarar  que;

Tenho feito promessas!
Tenho orado secretamente!
Tenho vagado perdida!
Tenho desistido da vida!
Tenho amado!
Tenho odiado!
Tenho magoado!
Tenho sido a mim mesma de todas as formas!
tenho sido a mim...

Cadavérica

- Eu?
- Eu!
- Eu...


Sabe!
O mundo não me vê, mas eu que me canso mas não desisto, sei!
Eu sei!
Eu sei quem sou.
Hoje o dia está cinza!
E minha vida de marasmo está nublada.
E eu!
Ah!
Eu que me auto-questiono, eu que me auto-orgulho, eu que me auto-afirmo.
Ah! Eu preciso declarar!

Tendo sido a mim mesma!
Tenho sentido o fardo do ser!
Os poemas me acalmam, mas também me assombram.
Tudo está tão confuso!
Tenho perdido a mim mesma, quando de encontro ao nada tenho tentado me achar!
Tenho lido e relido livros!
Tenho lido e relidos poemas velhos!
Tenho resgatado memórias!
Tenho sofrido por dores remotas!
Tenho procurado a paz, ainda que não tenha a encontrado...

Cadavérica

- Eu?
- Eu!
- Eu...

Tenho sido a mim mesma!
E tendo sido a mim mesma, tenho sentido a fardo de ser quem sou, de viver como vivo e estar como estou...
Tenho estado desta maneira ou doutra maneira qualquer.
Quero descrever neste maldito poema quem sou, para aliviar minha alma
e meu corpo pesado.
Uma imagem?
Eu sou uma mulher cadavérica a beira mar  escrevendo poemas de despedida.
Eu sou uma mulher cadavérica a beira mar  escrevendo poemas para alívio de fardos.

Cadavérica

- Eu?
- Eu!
- Eu...

Eu não sou ninguém, eu não sou nada, nada a não ser uma mulher cadavérica a beira mar  escrevendo poemas de despedida, com um lenço nas mãos  eu secando as lágrimas que não consigo conter.
Por que ainda que este poema seja triste, eu tenho sido alguém  que não desiste de mim mesma...

Por: Daniela Dias.

Buraco Negro

Buraco Negro

Tempo.
Espaço.
Universo.
De tudo o que eu posso afirmar por este momento é que eu sou um buraco negro!
Um negro buraco.
Estrelas.
Cometas.
Cosmos.
De tudo o que eu posso afirmar por este momento é que eu sou um buraco negro!
E não sei avaliar esta condição.
Partícula.
Nêutrons.
Elétrons.
De tudo o que eu posso afirmar por este momento é que eu sou um buraco negro!
E não me sinto enérgica ou aliada.
Buraco!
Negro!
Eu sou...
De tudo o que eu posso afirmar por este momento é que eu sou um buraco negro!
Um corpo?
Um satélite?
Um sistema solar inteiro?
Ou um sistema de equilíbrio pela metade?
Não!
Um buraco negro no espaço,
um buraco negro sugando,
absorvendo tudo a sua volta!
Isso é tudo o que posso afirmar sobre mim neste momento.
- Um buraco negro nutrido por poesia gravitacional...

Por: Daniela Dias.





Borboleta

Borboleta

Volta e meia ela passa, rebola e nem disfarça.
Rodopia, irradia meia noite, meio dia.
Me arrepia, me assedia!
Me arrasta e me provoca frenesi.
Não só isso.
Ela é todo o sentimentalismo de uma poesia,
ela me agracia…

E quando eu fico triste ela põe um sorriso de improviso
no meu imperfeito sintetismo.
Digo mais!
Que seria de mim se não fosse ela?
(Dona borboleta.)
A metamorfo de asas causadora de todo este amor...

Por: Daniela Dias.

Vontade!


Violência













Sonhos


Bolha de sabão

Bolha de sabão

Eu sou o amor!
Não me prenda numa bolha.
Não me deixe sem escolha.
Não apague meu sorriso.
Não encharque meus olhos.
Não desvie meus ouvidos...

Não me diga coisas que me prendam,
para depois me soltar dum abismo.
Não me dê asas se não quiser que eu voe!
E também não me prenda numa gaiola.
Não me faça promessas, eu sou o amor...

Não sou o eterno.
Eu sou este momento.
Não sou uma tempestade;
Apenas uma brisa de vento...

Não me deixe tão solto.
Não me deixe tão baixo.
Não me eleve tão alto.
Eu sou o amor...

Me leve com você e descubra minha medida.
Eu sou uma bolha de sabão:
- Brilhante, linda e querida!
Não me deixa para trás.
Não duvide de mim!
Não me deixe no escuro.
Não me deixe inseguro!
Não provoque ciúmes em mim.
Não se esqueça durante seu dia
que eu sou sua melhor companhia;
Eu sou o amor...

Daniela Dias.



Bilhetinho

Bilhetinho

Amor!
Ah, o amor!
Hoje eu acordei e o encontrei num bilhetinho, escrito a caneta azul, com caligrafia rápida.

E o bilhete dizia:
- Bom dia! Estou pensando em você. (Eddy)

Parece pouca, tão pouca uma frase curta, com caligrafia rápida.
Outros olhos diriam, é apenas bom dia.
Mas eu que sou puro amor e poesia penso:
- É uma declaração de amor.

Ganhei um bilhete que dizia:
- Bom dia! Estou pensando em você. (Eddy)

Preciso registrar que se em meio à realidade tecnológica e a correria do dia a dia, se alguém ainda escreve uma caligrafia rápida em pedaço de papel qualquer, só pode ser amor.

O bilhete escrito para mim dizia:
- Bom dia! Estou pensando em você. (Eddy)

Amor!
Ah, o amor!
Amor, amor, amor...
(Nesta manhã se eternizou num bilhetinho.)

- Bom dia! Estou pensando em você. (Eddy)

Meu bilhete dizia…

Por: Daniela Dias.

Rosas - Daniela Dias Poetisa


Bicho Estranho

(Crítica)

Bicho Estranho

Ando pensando:
- O ser humano é um bicho estranho!
 Eita bicho contraditório!
Não, era pra ser desse jeito, por ser um bicho que diz que sabe o que faz.

Ando pensando:
- O ser humano é um tanto estranho!
Eita ser contraditório.
Não, era pra ser desse jeito, por ser um bicho que diz que sabe o que faz.

Diz que é patriota, mas no fundo sonha mudar do país.
Diz que ama Deus, mas no fundo odeia o próximo.
Diz que é cidadão, mas fura fila e não dá lugar para pessoas preferenciais.
Diz que é solidário, mas não denuncia agressões, nem ajuda quando acontece,
pelo contrário compartilha nas redes sociais a violência praticada.

Ando pensando:
Esse tal ser humano é mesmo contraditório!
Não, era pra ser desse jeito, por ser um bicho que diz que sabe o que faz.

Diz que odeia políticos e política, mas opina contra ou a favor de partidos sem conhecer nem mesmo a história.
Diz que políticos são ladrões, corruptos, mas vende o voto ou faz boca de urna.
Diz que é cidadão, tem o direito de votar e não vota, vota em branco ou anula.
Diz que a culpa é do governo quando chove e a cidade alaga, mas joga papel de bala
e guimba de cigarro na rua.
Diz que se preocupa com a natureza, mas joga óleo sujo na pia, não separa o lixo reciclável do úmido.
Diz que tem preocupação com a água do planeta, mas toma banho de 20 minutos com chuveiro aberto, lava louças com torneira aberta, não conserta as goteiras das torneiras...

Contraditório!
O ser estranho é o tal do ser humano!
Não, era pra ser desse jeito, por ser um bicho que diz que sabe o que faz.

Diz que é avessa a pedofilia, mas canta, dança e grita, vai novinha, vai novinha!
Diz que tem medo da fome, mas joga comida no lixo e desperdiça.
Diz que segue a bíblia, os preceitos da fé, mas deseja a aqueles que são contra suas ideologias que queime no inferno.
Tornam-se promotores, advogados de acusação, juízes e júris, quando o assunto é acusar o próximo diante da sua santa religião ou fé...


Ser humano, ser humano por que você é assim?
Diz que odeia mentira, mas é mentiroso.
Diz que odeia traição, adultério, mas trai e, além disso, possui a mulher ou o marido do outro com a mente.
Diz que é contra a homossexualidade, mas na heterossexualidade pratica anal,
oral, usa fantasias, brinquedinhos e coisas que Deus duvida, mas vê.
Diz que é contra isso, mas faz aquilo...

Contraditório!
O ser estranho é o tal do ser humano!
Não, era pra ser desse jeito, por ser um bicho que diz que sabe o que faz.

Que é isso ser humano?
Quanta coisa contraditória!
Diz que quer ser feliz, mas não ajuda o próximo.
Diz que quer ser feliz, mas não dá ouvidos ao outro.
Diz que quer ser feliz, mas não dá esmola por que o mendigo e vagabundo.
Diz que quer ser feliz, mas é desonesto, mentiroso, invejoso, articulado.
Ora!
Ora, ora! Ser humano.
Você é um ser estranho...

Diz que a fé e a remissão dos pecados salva, mas é pecador.
Por viver na condição de humano, ainda que sendo humano pecador,
não dá ao outro o livre arbítrio de pecar tão quão sentir necessidade de cometer
o tal pecado.
Diz que sonha com a vida eterna, com o paraíso, o céu, mas quando alguém morre assassinado, acha justo e merecedor, e que o Diabo o carregue!
Diz que ama o senhor Deus de qualquer fé que seja, mas odeia os negros,
acusa os índios de serem preguiçosos, condena as prostitutas, odeia os homossexuais, odeia os espíritas, odeia os partidários ou qualquer que seja contrário a si mesmo.

Vou dizer uma coisa:
- Eita ser estranho o tal do ser humano!
Diz que ama...
Mas profere mais palavras de ódio do que de amor e solidariedade.
Só penso se de tanto ver o ser humano sendo tão estranho, não me tornarei também
tão estranho quanto ele...
Eita bicho estranho!
Eu também sou ser humano...

(Daniela Dias)



Bebida & Direção

Bebida & Direção

Até algum tempo atrás eu nem me importava com este assunto.
E eu pensava:
- Tudo bem, eu nunca bebi e dirigi.
Olha eu admito, já cometi vários outros erros;
Por exemplo, eu já dirigi sem ter habilitação.
Inclusive, já peguei carona com pessoas que beberam também.
Mas é que eu não me importava com este assunto.
Isso até eu passar a me importar.

(A verdade é que eu só me importei quando alguém que eu amava perdeu sua vida por conta deste assunto. Então o que não me importava, de repente passou a me importar. Me incomodar profundamente. É como se uma ferida existisse dentro de mim e toda vez que alguém toca neste assunto sem seriedade, é com se estivesse cutucando esta minha ferida.)

Até algum tempo atrás eu nem me importava com este assunto.
E eu pensava:
- Tudo bem, eu nunca bebi e dirigi.
Tudo bem eu admito, já cometi vários outros erros;
Por exemplo, eu já dirigi sem ter habilitação.
Inclusive, já peguei carona com pessoas que beberam também.
Mas é que eu não me importava com este assunto.
Isso até eu passar a me importar.

(Depois que comecei a me importar, passei a notar o comportamento estranho e irresponsável de alguns amigos. Ou daqueles que nem são amigos, mas que fazem parte da minha rotina. Eles bebem e não se importam se vão dirigir após a ingestão do álcool, nem se importam em que isso os afetará ou os colocará em risco, aliás, não só a eles como aos outros. Eu lembro que antes eu não me importava, então é por isso que fico sempre calada.
Na verdade, o papo que rola nos bastidores, ou seja, nas mesas de bares, nos encontros sociais, festas e boates são sempre os mesmos. Como burlar a fiscalização? Por onde passar sem ser pego ou multado? Qual grupo de WhatsApp está atualizando sobre as blitz?()


Até algum tempo atrás eu nem me importava com este assunto.
E eu pensava:
- Tudo bem, eu nunca bebi e dirigi.
Tudo bem eu admito, já cometi vários outros erros;
Por exemplo, eu já dirigi sem ter habilitação.
Inclusive, já peguei carona com pessoas que beberam também.
Mas é que eu não me importava com este assunto.
Isso até eu passar a me importar.

(E eu não os julgo por isso. Este texto nem é pra isso no fim das contas. É só mesmo para mostrar minha preocupação. Sabe! Quando bebida e direção se misturam o resultado é quase sempre certeiro. Uma mãe sepultando um filho, um filho sepultando uma mãe. E vamos ser sinceros? Ambas as partes sofrem. Tanto as famílias das vítimas como as famílias dos causadores do estrago. Os hospitais estão cheios de acidentados, mutilados e inválidos por conta dessa mistura perigosa. Se você bebe e dirige, repense sobre isso!)

Até algum tempo atrás eu nem me importava com este assunto.
E eu pensava:
- Tudo bem, eu nunca bebi e dirigi.
Tudo bem eu admito, já cometi vários outros erros;
Por exemplo, eu já dirigi sem ter habilitação.
Inclusive, já peguei carona com pessoas que beberam também.
Mas é que eu não me importava com este assunto.
Isso até eu passar a me importar.

(Para os amigos, amigos de amigos, conhecidos e desconhecidos. ‘’ Você é um ser humano incrível! Livre! Inteligente! Dentro de você existe alguém capaz de ser melhor do que você realmente tem sido ou pode ser. Mas isso só depende de você. Você se matriculou numa auto-escola. Fez aulas teóricas. Fez exames. Fez prova. Fez aula prática. Fez prova. Passou… Você é um novo cidadão habilitado para dirigir. As pessoas que você ama se orgulharam de você neste momento da sua visa. Depois você trabalhou duro, comprou uma moto ou um carro. E sua família ou as pessoas que você ama se orgulharam disso também… Então, se você bebe e dirige, repense suas atitudes. ’’)


Até algum tempo atrás eu nem me importava com este assunto.
E eu pensava:
- Tudo bem, eu nunca bebi e dirigi.
Tudo bem eu admito, já cometi vários outros erros;
Por exemplo, eu já dirigi sem ter habilitação.
Inclusive, já peguei carona com pessoas que beberam também.
Mas é que eu não me importava com este assunto.
Isso até eu passar a me importar.

 (Para os amigos, amigos de amigos, conhecidos e desconhecidos. ‘’Você trabalha, se esforça, gosta de tomar uma bebidinha pra descontrair. Olha! Eu também gosto. Adoro tomar uma 51. Mas olha! Quando você beber, por favor, não dirija! Pegue um ônibus, um táxi, uma carona com alguém que não tenha bebido. Mas não faça isso por conta da fiscalização, ou da possível multa. Faça por você! Faça pela sua segurança. Faça pela sua família ou pelas pessoas que vocês diz amar e que também te amam. Faça isso por aqueles que vibraram com você pela suas conquistas. Por fim deixe o egoísmo de lado. Faça pelo outro. ’’)

Até algum tempo atrás eu nem me importava com este assunto.
E eu pensava:
- Tudo bem, eu nunca bebi e dirigi.
Tudo bem eu admito, já cometi vários outros erros;
Por exemplo, eu já dirigi sem ter habilitação.
Inclusive, já peguei carona com pessoas que beberam também.
Mas é que eu não me importava com este assunto.
Isso até eu passar a me importar.

(Quando bebida e direção se misturam; choram mãe, pais, filhos, filhas, irmãos, irmãs, namorados, namoradas, amigos, amigas, esposos, esposas, tios, tias… Não só da vítima, mas também do causador do desastre. Quando bebida e direção se misturam, choram os animais que perdem os donos, e até mesmo as plantas de quem as tinha. Pode ser a sua ou a do outro. Aquele que escolheu não beber, aquele que escolheu estar passando pela rua ou no seu caminho naquela hora…)


É uma pena que eu só me importe agora.
Hoje eu queria ter me importado antes.
Cansei de ficar calada sobre este assunto.
Hoje vou dedicar um momento de silêncio a todas as vítimas de trânsito.
Hoje vou dedicar um momento de silêncio a todos os causadores dos acidentes.
Hoje eu tomei coragem e escrevi este texto gigante.
Quem sabe algum dos meus amigos leia e se importe?
Quem sabe algum amigo leia e não seja a capa dos jornais de amanhã…

(Quando bebemos nos sentimos incríveis! Livres, leves, soltos, invencíveis! Mas somos mesmo tudo isso e mais um pouco. Só não somos imortais. E não podemos nos esquecer disso. A mensagem que eu quero transmitir é exatamente esta. Se beber, não dirija! Seja consciente por você, pela sua família e pelo outros. Seja feliz! Seja o causador da alegria, não o causador da dor do outro.)

Vou deixar logo aqui um link com gráficos e estatísticas de acidentes aqui no Brasil.
LAMENTAVELMENTE ALGUÉM QUE EU AMAVA FOI VÍTIMA E FAZ PARTE DO GRÁFICO DO ES.
Então pra você que leu até aqui, muito obrigada! Não faça parte desta estatística.
-Se beber, não dirija!

http://www.vias-seguras.com/os_acidentes/estatisticas/estatisticas_estaduais


(Daniela Dias)



Daniela Dias - Poetisa


Minhas Redes


Baú

(Baú)

Existem algumas frases que nunca deveriam ser ditas.
- Principalmente perto de crianças.
Existem algumas frases que nunca deveriam ser ouvidas.
- Principalmente pelas crianças.

Atenção!
Precisamos cuidar de nossas falas e de nossas atitudes.
Nem tudo o que dizemos fica espalhado ou perdido no vento do tempo.
Principalmente perto das crianças.
Observe!
As crianças crescem, mas elas não perdem tudo o que ouviram.
E isso é uma lamento…

(Memórias)

Existem algumas frases que nunca deveriam ser ditas.
- Principalmente perto de crianças.
Existem algumas frases que nunca deveriam ser ouvidas.
- Principalmente pelas crianças.

Atenção!
Precisamos cuidar de nossas falas e de nossas atitudes.
Nem tudo o que dizemos fica espalhado ou perdido no vento do tempo.
Principalmente perto das crianças.
Observe!
As crianças crescem, mas elas não perdem tudo o que ouviram.
E isso é uma lamento…

Baú/Memórias
10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, 0…
Regressão.
Lembrando.
Memórias/Baú
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10…
Esquecendo…

[ crianças, falas, baú, memórias, 1, 2, 3…lembrando, atenção, esquecendo, 10, 9, 8 ]

(Daniela Dias)

Bailarina

(Escrito para Viviane Fiorot- em encontro de Artes na Praça)

Bailarina:

Um dia desses, numa tarde de domingo quando o sol já ia se deitar,
sentada numa praça, pude notar.
Ela vibrante, ela cintilante, ela incitante.
Jeito de menina, moça marcante dominante e inocente.
Bailarina!

De todo o gesto que envolvia sua dança o que mais me encantava era seu olhar singelo,
era sua dança forte, marcando o espaço da praça com alma inocente, corpo envolvente!
Bailarina!

Enquanto seus cabelos se moviam, ainda que presos a uma fita azul cintilante,
acompanhando a barra do vestido cinza, seus passos a todos encantavam.
Meus olhos não desgrudavam dela em nenhum só momento.
Bailarina!

Lindamente dançava!
Expressava tamanha gratidão!
Seus passos ensaiados encantavam qualquer coração.
Lindamente, dançava.
Bailarina!

Não trajava sapatos, roupas finas, purpurina, maquiagens ou qualquer batom.
Mas ora!  Seu brilho era esplêndido!
Bailarina, movendo emoção!
Dançando sem sapato enfeitiçando com cada passo!
Ah! Se ela soubesse.
Ah! Se ela descobrisse.
Que desde o momento em que ela começou a dançar, o meu relógio parou de andar!
Que a canção que ela dançava sequer consegui ouvir, apenas por observá-la!
Que desde o primeiro passo meu coração disparou, e o meu mundo não mais girou!.
Bailarina!

Resplandecente, entorpecente!
Eu estenderia um tapete para dança dela!
Bailarina de fita cintilante nos cabelos, sorriu e acenou para o meu desespero.
A dança acabou.
E a bailarina foi aplaudida!

Por: Daniela Dias.
.

Daniela Dias - Poetisa


As flores...

As flores

 Por onde eu passo
eu vejo flores.
Todos os dias,
eu vejo flores
por onde eu passo.

Eu as vejo
então eu  paro.
Admiro!
Fotografo.
Faço
 e desfaço...

Todos os dias,
Eu vejo flores
por onde eu passo.
Então eu paro,
eu retrato.

E, me deleito
com tanta beleza!
Com tanta firmeza.
É tão linda!
 A mãe natureza...

No meio desta
 selva de pedra,
eu vejo flores.
E eu busco
enxergar a alma
 que existe nelas.
-Nas flores!

E, isso me acalma.
Me realiza.
Por que as flores
acompanham todos os
meus passos,
por onde eu passo.

As flores estão presentes
em todos os meus momentos,
nas chegadas, nas saídas,
nos encontros e despedidas,
nas amizades, e em
todos os meus antigos
e novos amores.
E fazem de mim uma  eterna poetisa...

Por:
Daniela Dias



Meu blog


Árvores!

Sobre Árvores:

Eu ás:
Amo muito!
Amo por instinto.
Amei ontem, amo hoje, amarei até o céu infinito.

Um dia desses sentei-me encostada a uma delas.
Sentei-me para refletir sobre a vida.
Imaginei algo incrível!
Uma árvore com violões, doces e livros pendurados.
Uma árvore que toca as músicas que o coração deseja
quando alguém se senta encostada nela…

Voltei ao tempo presente.
Sei que esta árvore só existe na minha imaginação.
Mas sobre árvores:

Eu ás:
Amo muito!
Amo por instinto.
Amei ontem, amo hoje, amarei até o céu infinito.

Amor
Resplandecente
Verde
Oxigenador
Resistente
Essencial…

Por: Daniela Dias.

Aqui


Arthur!

(Poema escrito ao Pequeno Arthur)

Nome de rei!
Menino gigante!
Arthur contagiante...

Pequeno Arthur!
De olhos pequenos e cílios gigantes.
De sorriso aberto e humor inconstante!
De gargalhada aguçada e inteligência avançada.
Menino do português correto...

Aniversariante de Fevereiro!
Chora, ri, brinca o tempo inteiro.
Gosta de livros, mas é bagunceiro.
Ele é o pequeno gigante Arthur...

Amarelo!
Amarelinho!
Com asas na imaginação.
Ele é o menino deste meu poema pouco enfeitado.
Em gratidão ao amor que me tem ofertado.
Menino Arthur...

Já quis ser o Flash para correr muito,
já foi imitador do Chaves, pi-pi-pi-pi, paralisado!
Agora ele que ser Batman para salvar o mundo.
Sonhador!
Esta estrofe é só para falar do sonhador.
Menino Arthur que conquistou meu coração.
E antes que ele cresça e sua inocência desapareça,
vou eternizá-lo neste meu singelo poema.
Por que é dele um pedaço deste meu coração.
O pequeno gigante rei Arthur...


Por: Daniela Dias.


Daniela Dias - Poetisa


Arte!


Música                                                        
  Amigos                                                    
    Poesias
      Dança                        
         Rios                                    
          Flores
            Sol
              Mar
                Desenhos                    
                  Pinturas
                    Versos                                                                                                                        
                        Poemas
                          Artesanatos
                             Livros                                                                                          
                               Romances        
                                   Desilusões
                                      Costuras
                                          Amor
                                             Abraços                                              
                                                Sorrisos
                                                   Contos
                                                     Crônicas                                          
                                                        Contos          
                                                           Saudades      
                                                               Pessoas                                                      
                                                                   Vinhos






Por
      que
                o
                 meu
                        mundo
                                    é
                                     feito
                                           de
                                              arte...

Por: Daniela Dias

Arminda!

(Poema escrito para minha avó materna, Arminda)

Gratidão!

Avó.
Quando eu tinha doze anos, eu precisei morar na casa da minha avó.
E, ela me acolheu. Morei em sua casa por seis meses.
E, este tempo morando com ela foi muito bom!
Sua casa era simples, feito casas de desenhos infantis.
O piso era encerado. O fogão de barro era branquinho.
As latas bem ariadas sempre estavam cheias de biscoitos e bolos caseiros.
As roupas sempre bem estendidas e bem passadas.
Volta e meia ela costurava numa máquina preta Singer.
As comidas tinham sempre cheiro de alho frito!
E sempre que chovia, ela ajoelha-se aos pés de Nossa Senhora com um terço e orava.

Avó.
Ouvia missas no rádio e na TV via futebol.
Todo dia tinha pipoca!
Na semana santa ela fez um canjicão que nunca esqueci.
Eu sou tão grata!
Sabe! Minha avó me ensinou raízes.
Ela me ensinou tantas coisas em tão pouco tempo!
Ela tem muito sabedoria, e eu não conheço ninguém tão forte como ela.
Ela é calma e paciente.
Minha avó é guerreira e valente!
E eu sempre quis imitar a decência dela.

Avó!
Me ensinou passar roupas, comer de tudo sem exageros, comer de boca fechada,
andar de chinelos e andar de chinelos sem arrastar o pé.
Me ensinou que para cada lugar a gente precisa se vestir de acordo.
Cortar salada fininha e também me ensinou lavar minha peças íntimas.
Me ensinou rezar a Salve-Rainha, a Ave-Maria, o  Pai-Nosso.
Me ensinou que quando a gente vai a algum lugar, a gente tem que sentar na primeira fileira para ouvir melhor o que é dito.
Minha avó me ensinou pedir benção para os mais velhos.
E, que não se pode responde-los em nenhum momento, ainda que eles não estejam certos.
Me ensinou que quando eu achasse que tinha razão em algum assunto, o mais sábio era eu ficar calada.

Avó!
Me ensinou que as comidas precisam combinar.
Que Deus existe e ele é bom!
Me ensinou a ouvir mais, por que sempre fui faladeira.
Me ensinou a ouvir as coisas e depois esquecê-las se não fossem boas.
Me ensinou a guardar segredos.
Minha avó me ensinou que nunca era bom retrucar.
Minha avó me ensinou a ter bom senso.
E que tomar partidos nunca era bom sinal.

Foi pouco o tempo que eu morei com ela.
Queria ter morado mais, mas...

Mas, o tempo que eu morei foi o bastante para eu aprender a ser um pouco gente.
Quando eu precisei morar com ela, eu era apenas um pedaço de carne pronta para ser devorada pela sociedade, eu não era educada, eu não tinha regras.
E ela me ensinou todas elas, e me ensinou por que eu precisas  das tais ‘’regras’’.
Era para eu sobreviver na tal sociedade.
E, ela me ensinou tudo isso!
E eu sou grata a ela.

Avó!
Me ensinou torrar amendoim, fazer ponto cruz.
Acho que eu nunca soube agradecer por todas essas coisas simples, singelas e de extrema importância.
Mas, minha avó sabe que eu as aprendi.
Ela sabe que aprendi com ela.
Eu a amo tanto!
Por gratidão sem fim.
E por que mesmo que por pouco tempo ela foi uma grande mãe para mim.
Me preparando para enfrentar a tal vida.
Ela é o contrário de todas as mulheres da nossa família, ela é o exemplo absoluto!
Minha avó é o sinônimo da palavra paz!
E eu serei sempre grata!

(Daniela Dias)


Aqui


Aqui



Aqui
       dói
            o
              peito.



                               Rasga a saudade,
                               molha a lágrima
                               que no mar deságua.



                                                                            Aqui
                                                                                      dói
                                                                                              e
                                                                                                  não
                                                                                                           tem
                                                                                                                  jeito.



                                                                                                                              Ainda que eu queira
não a nada a ser feito.
Não há nada que enfeite,
o que dói dentro do peito.

Por: Daniela Dias.


Ei!

Ei!
Aqui dentro do meu corpo frio de carne, ainda existe algo.

É uma coisa que insiste!
É uma coisa que sente!
É uma coisa que grita!
É uma coisa que luta!
É uma coisa que vibra!
É uma coisa que me mantém viva!

Aqui dentro do meu corpo frio de carne, ainda existe a sua espera um coração…

(Daniela Dias.)



Aquela Mulher

-Provocações-

(O tema me pareceu merecedor de total atenção, eu o escrevi em forma de provocação. Para escrever este texto arranquei meu coração por alguns minutos. Portanto, aos que se interessarem em lê-lo, solicito gentilmente que façam o mesmo. E para maior percepção do que eu quis transmitir recomendo a leitura com o som →More Beautiful/Sad Piano Songs  By Brian Crain, disponível no youtube.)


Aquela Mulher

Sobre aquela mulher?
Ela pensava que era livre!
Ela caminhava por aí.
Ela andava de ônibus, de carro, de moto, de bicicleta, a pé, de avião.
Ela tinha uma vontade absurda de ser livre!
Mas…

Aquela mulher?
Ela não!
Ela era uma mulher.
Ela vestia uma roupa curta.
Ela usava batom vermelho.
Ela pintava as unhas.
Ela usava brincos chamativos.
Ela deixava o cabelo grande até as curvas da bunda.
Ela era insinuante.
Ela pensava que era livre!
Mas…

Ah, aquela mulher?
Ela bebia cervejas e tequilas.
Ela fumaça.
Ela dançava até o chão, música de todos os ritmos, inclusive o tal pancadão.
Ela se exibia.
Andava com barriga de fora.
Ela provocava!
A culpa foi dela!
Só dela!
Ela pensava que era livre!
Mas.


AH, mulher…
Ela usava salto alto.
Ela se fazia intelectual.
Ela ignorava os caras pobres e pretos.
Ela ocupava cargos masculinos.
Ela invadia a sociedade com suas idéias de feminilidade!
Ela traia, mentia, fingia.
Ela tirava fotos provocantes.
A culpa foi dela!
Quem mandou ela pensar que era livre?
Dela!
A culpa foi dela.
Com certeza foi dela!

Aquela mulher?
Ela não era santa!
Ela trabalhava demais.
Ela se prostituía.
Era bonita de mais.
Achava-se demais.
Era metida.
Era mulher.
Nasceu mulher.
Aquela tola!
Ela pensava que era livre.
Mas…

De tanto querer ser.
Um dia acreditando nisso ela se fez corajosa!
Andou por aí sem proteção.
Passou por uma rua deserta até que então…
Ser mulher marcou sua vida.
(Seus gritos não foram ouvidos.)
Nem mesmo os seus gemidos.
Ela foi agredida.
Persuadida.
Foi agredida!
Espancada.
Violentada.
Estuprada.
E a culpa foi dela.
Só dela.
Quem mandou ela se comportar daquele jeito provocando o tal sujeito?
-A culpa é dela.
Só dela…

A culpa não é dele.
Ele nasceu com este instinto, ele não merecia ser provocado daquele jeito.
Dela!
Só dela!
A culpa foi dela!
Vadia!
Ela pensava que era livre!
Mas…

Ah, aquela mulher!
Ela foi assaltada.
Estuprada.
Flagelada.
Era mulher!
Livre demais.
Ela merecia.
Ela não era religiosa.
Ela queria ser destroçada.
Ela nem é pobre coitada.
Ainda abortou numa madrugada!
Abortou.
Maldita!
Que ela queime no inferno por ter abortado!
Abortado!
Ela matou o que Deus permitiu, a tal vida em seu ventre.
Ela mereceu…

Palavras da Sociedade desde que o mundo é mundo até os dias atuais.


Revendo

(Ela é mulher, ela sobreviveu.)
Ela sobre/viveu!
Ela sob/viveu!
Ela só viveu.
Ela viveu.
Ela.
Viveu…

Ninguém ouviu seus gritos, nem suas dores.
Ninguém entendeu seus motivos.
Só se espalhou rumores.
E os rumores eram estes.
- Isso aconteceu por que a culpa foi dela.
E eu que me debulho em provocações encharcadas de emoções digo apenas.
Arranquei meu coração para escrever este texto que não tem nada de sublime.
Eu sou aquela mulher.
Você é aquela mulher.
Sua mãe é aquela mulher.
Sua irmã também é.
Sua filha pode vir a ser.
Ninguém está imune.
Descrevi uma mulher que representasse todas.
E descrevi vozes que precisam ser caladas.
Pensamentos que existem e que precisam ser restaurados.

(Ela é mulher, tem sorte ela por ter sobrevivido?)

Por: Daniela Dias.