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Biblioteca de Fanzines

terça-feira, 7 de março de 2017

Em memória...

(Escrito para Vânia/ Em memória.)

É estranho!
Ela não está mais aqui.
Não!
Ela não está.
E mesmo que num todo, não estivéssemos sempre por perto,
me sinto triste, descontente!
Por que agora, ela não está mais aqui.

Percebi que não tem mais atualizações sobre ela.
Não tem mais risos, nem mesmos as fofocas.
E que não poderei mais convidá-la para eventos cotidianos.
Evento que ela nunca comparecia  por que já tinha outras ocupações.
Desta vez ela não virá mesmo!
Por que ela não está mais aqui.

De alguma forma, tento me lembrar do sorriso dela,
dos bordões, da implicância acelerada.
Mas, o fato é que ela não está mais aqui.
E, não importa mais dizer todas as coisas que eu quero dizer.
Por que ela simplesmente não está.
Eu...

Por fora me faço rocha, me faço forte, me faço desprendida!
Mas, dentro de mim está tudo alagado.
Por que não haverá mais nenhum sorriso,
nenhuma desculpa para os convites recusados, nenhum sermão formado...

Estou triste!
Ela não está mais aqui.
Todos já se esqueceram do luto.
Mas, em meu coração ela será sempre poesia.
Saudade da minha tia...


Daniela Dias.

Vânia

(Escrito para Vânia)

É estranho escrever estas palavras.
Tudo que penso em escrever sempre soa tão amargo, triste!
Ela não está mais aqui.
Não!
Ela não está.

E isso me incomoda por dentro.
Éramos tão parecidas, tão livres, tão desprendidas.

E amargo escrever sobre isto.
-Ela não está mais aqui.
E mesmo que num todo, não estivéssemos sempre por perto, me sinto triste.

Por que ela se foi.
A pessoa cuja a aparência fisicamente eu era cópia.
Agora sou apenas eu sem ela para que alguém confunda.
Por que agora ela não está mais aqui.

Percebi que não tem mais atualizações nas redes sociais dela.

Ela não está mais aqui sendo a única a me dizer o quanto sou capaz.
Eu não poderei mais convidá-la para eventos cotidianos.
Por que ela não está mais aqui.


De alguma forma, tento me lembrar do sorriso dela,
dos bordões que vivia inventando, da implicância acelerada.

Do seu gênio de cão onde eu me sinto inspirada a ser o mesmo.
Mas, o fato é que ela não está mais aqui.

Ainda que eu escreva os detalhes do seu olhar.
E, não importa mais dizer todas as coisas que eu quero dizer sobre ela.
Por que ela simplesmente não está.
Eu...


Ela se importava comigo, e eu me importava com ela.
Não andávamos dia a dia por aí juntas, mas nos amávamos.
Ela me aceitou na condição da Daniela que sou.
E todas as vezes que eu quis mudar de postura, ela me apoiou.
Eu era a piruá!
Sinto falta do :
-Ei piruá que tanto me irritava quando ela dizia.
Ela não está mais aqui.

Por fora me faço rocha, me faço forte, me faço desprendida.
Mas, dentro de mim, eu alago tudo.
Por que não haverá mais nenhum sorriso,

nenhuma desculpa para os convites recusados,
eu sempre esperava as desculpas esfarrapadas dela.
Isso também me faz falta.
Nenhum sermão...

Estou triste. 
Ela não está mais aqui.
Todos já se esqueceram do luto.
Mas em meu coração ela será sempre poesia.
Saudade.

Sinto saudade com s gigante.
Ela não está mais aqui.
Ela não está mais aqui...

 Daniela Dias.


Prosa Poética

Prosa Poética

 (Aos que pretendem ler, peço que leiam com calma, o texto é longo e eu o escrevi num momento de tormento.)

O profundo, o profano! O veneno da minha alma, eu mesma tenho sido...

Hoje acordei diferente!
Senti que meu corpo não é o mesmo.
Nem mesmo meu interior é aquilo que eu ontem acreditava piamente.
Em silêncio levantei-me da minha cama macia com lençóis de borboletas.
Andei pela casa feito uma moribunda.
Fui até o banheiro escovei os dentes.
E ao lavar o rosto me olhei no espelho.
Vi meu reflexo embaçado.
Tive medo!
Tenho envelhecido.
Tenho suportado dores constantes, dores no corpo, dores na alma.
Mas, nada tenho feito a este respeito.
Tenho sido veneno para mim mesma...


Profundo, profano! Apenas tenho sentido, apenas tenho observado.
Não tenho vivido como quero.
Ao encher minhas mãos de água para lavar o rosto vi minhas unhas pintadas de azul.
O fato é que não gosto de esmalte azul, eu as pintei para me enquadrar à moda.
Para não me sentir inferior perto das outras mulheres.
E agora que me dei conta disto, o que posso pensar é que:
- Tenho sido veneno para mim mesma...

Pensei em minha sobrancelha, eu gosto dela rala e sem graça!
No entanto, marquei horário num salão para me adequar. A que? Por quê?
Tenho feito coisas adequadas demais.
Tenho chorado em silêncio no chuveiro.
Tenho notado meu corpo enrugando, meus peitos já não são os mesmos.
Saí do banheiro desapontada comigo mesma.
Não por isso, e sim pelo fato de perceber que tenho sido veneno para mim mesma...

Profundo, profano!
Sentei-me no sofá enquanto a cafeteira coava o café por mim.
Não gosto do café coado em cafeteira, comprei-a por modismo.
Não só a cafeteira quanto tantas outras coisas elétricas.
Acreditei que as comprando teria mais tempo livre para meu filho, mais tempo livre para com meus livros e para escrever.
No entanto, dei-me conta que isto é apenas um modo que encontrei de burlar minhas obrigações.

Tenho sido veneno...

Olhei para minha estante de caixotes cheia de livros bonitos!
Livros que comprei livros que ganhei e livros que achei por aí no lixo.
Abri um desses livros ‘’O Mochileiro das Galáxias, volume 1’’ e li.
Li cinco ou seis páginas de onde eu tinha parado no dia anterior.
A verdade é que comprei a coleção deste livro porque estava na promoção, 
mas ainda não consegui saboreá-lo.
Dei-me conta mais uma vez que me deixei levar pelo modismo, até no meu mundo favorito, meu mundo dos livros...

Me vesti, fui para o trabalho, hoje resolvi ir a pé.
Resolvi ir por uma rua diferente do que de costume, li placas pelo caminho, placas diferentes do caminho de sempre.
Vi tanto lixo jogado nas ruas. E tantas propagandas que fazem com que pessoas como eu neste momento se tornem um veneno para si mesmas... Frustrei-me!

Profundo, profano!
Pensei em tudo o que tenho feito apenas por ser conveniente e convencional.
Tive vontade de estar na natureza, vontade de estar deitada no mato ouvindo os pássaros e olhando para as nuvens, independente se o céu estivesse azul ou estrelado.
Mas...
Não posso.
Não posso...

E no meio do caminho me perguntei:
- Quem sou eu?
Engoli um choro que deveria ter sido chorado.
Cheguei ao trabalho e percebi que nada lá fazia sentido.
Lá não é o meu lugar, mas preciso estar todos os dias de 09h00min ás 18h00min.
Por que no caminho do trabalho têm muitas placas, placas me dizendo que preciso ter coisas, coisas que custam dinheiro.
Preciso daquele trabalho, para ter dinheiro, dinheiro suprir minhas necessidades, 
e comprar coisas que estão naquelas placas.
Preciso de um emprego e de dinheiro para cumprir compromissos, para me manter na tal sociedade.

Tenho sido veneno...

Profundo, profano, veneno para mim mesma!
Durante o dia inteiro pensei no quanto tenho sido fútil.
Na faculdade que quero fazer e não tive coragem, nos livros que quero escrever, mas, que não admito que quero.
Pensei na vida que eu realmente gostaria de ter, mas tenho medo.
São tanto, mas.
Pensei em quantas coisas eu gostaria de dizer às pessoas que me rodeiam e eu não digo.
Às vezes tenho vontade de dizer verdades, mas sinto que não tenho este direito,
então me recolho ao poço profundo que tem se tornado meu coração, 
que tem estado cheio de dores, mágoas e lágrimas que quis chorar e não chorei.
Uma dose diária de veneno para mim mesma...

Finalmente o dia acabou, caminhei de volta para casa pelo caminho que fiz na ida.
Chequei em casa, dei um beijo bem grande no meu filho, outro nos gatos.
Deitei-me no sofá enquanto me olhava num pequeno espelho embutido no meu batom vermelho.
Quis ouvir o áudio do poema tabacaria e eu o ouvi.
Enquanto eu ouvia as palavras que um dia foram magnificamente escritas por Fernando Pessoa meu coração sentia e entendia aquelas palavras.
Todas as palavras contidas naquele poema me descreviam.
Então, uma lágrima rolou.
E eu dei-me conta do profundo, profano veneno que tenho sido para mim mesma.

O que farei de agora em diante?
Levantarei-me para me preparar para um novo dia.
Até que eu tenha coragem de encarar o que tem sido.
O profundo, o profano!
O veneno da minha alma, eu mesma tenho sido...
 Daniela Dias

Versos e Poesias

Versos e Poesias

Não me canso!
Não!     
Nunca me canso…
Sem chances de desanimo.
Por que eu amo.

(ESCREVER)

Estes meus versos.
Estas minhas rimas.
Estes meus momentos.
Estas minhas poesias... 


Não me canso!
Não!     
Nunca me canso…
Sem chances de desanimo.
Por que eu amo.

(INCONDICIONALMENTE)

Estes meus versos.
Estas minhas rimas.
Estes meus momentos.
Estas minhas poesias... 


(INFINITO)

Não me canso!
Não!     
Nunca me canso…
Sem chances de desanimo.
Por que eu amo.

(ESCREVER INCONDICIONALMENTE NO INFINITO – VERSOS & POESIAS)


 Daniela Dias.

Versos

Versos

Deus!
A lua acabou!
O sol brilhou!
O relógio despertou!
O café esquentou!
A xícara gelou!

O coração enfeitou!
Versos para este amanhecer...

Enquanto me preparo para este dia de emoção.

Vestindo roupas apressada, grudada numa canção!
Desta que se reptem mil vezes, a canção do coração.
E eu aqui pensando em versos para este amanhecer...

É chegada a hora de o cigarro apagar!

De o papel abandonar!
De a caneta eu deitar!
Ah! E o cinzeiro?
Ainda preciso esvaziar o cinzeiro. 
Tomar um banho de chuveiro!
Sabe um banho daquele quentinho?
Aquele que tomávamos juntinhos?

Lavar meus olhos e seguir meu caminho,
enquanto penso num fim para os versos deste amanhecer...

Deus!
A lua acabou!
O sol brilhou!
O relógio despertou!
O café esquentou!
A xícara gelou!

O coração enfeitou!
Fim de versos...
(Hora de ir para o trabalho.)


 Daniela Dias.


22 de Fevereiro

(Aos que pretendem ler, peço que leiam com calma. Pois, este poema precisa ser lido pausadamente, respire fundo ao menos uma vez, este poema traduz uma alma.)

Vinte e Dois de Fevereiro

Hoje eu acordei cedinho.
A cama estava fervendo.
Peguei meu livro sobre o criado mudo.
Desci as escadas do prédio.
Sentei me no jardim do condomínio.
O sol ainda não tinha nascido.
O sereno ainda estava nas flores e folhas.
Encostei-me numa castanheira, depois fui abaixando lentamente para sentar-me.
Lentamente feito que está com o corpo cansado.
Sentei-me.
Abri meu livro predileto na página 27 e li.
Depois fechei o livro.
Li como quem não tivesse lido nada!
Senti uma sensação estranha, uma aparente tristeza pairou sobre mim,
senti-me fria, amarga e cruel com o mundo e comigo mesma.
- Ingrata!
Afinal, o sol já estava nascendo, e os pássaros estavam cantando,
e meus olhos e ouvidos  perfeitos, viam e ouviam todas essas maravilhas,
e mesmo assim eu me entristecia.
Senti uma vontade doida de acender um cigarro.
Mas eu parei de fumar a algum tempo.
Não tenho isqueiros ou cigarros, apenas motivos.
Meus olhos marejados não se calaram, entronaram!
Minha garganta apertada solicitou um grito de emergência.
Mas não gritei!
Enquanto eu mergulhava em minha  tristeza, meu coração dizia:
- Socorro!
Minha razão dizia:
- Egoísta!
E eu decidi não ouvir nenhum dos dois.
Silenciei.
Engoli a seco.
Eu me dei conta que já era dia.
Eu de pijamas com um livro na mão e a cabeça cheia.
- Porquê? Perguntei a mim mesma.
- Eu sei, sou egoísta! Respondi a mim mesma.
- Há tantos felizes tendo tão pouco ou nada menos do que eu tenho.
- Porque eu não?
- Porquê eu não?
- Porquê?
Olhei para cima, um gato em outra árvore me observava.
Ele estava lá paradinho fixamente me olhando.
Eu cheia de dores e lágrimas!
Eu pensei em tudo, e tudo não deu em manda.
- Sou extraordinária!
- E culpada pela falta de nós, fitas e laços.
Amável, amarga, silenciosa.
Levantei sem forças.
Subi as escadas.
Coloquei o livro de volta no criado.
Coei um café fresquinho.
Tomei um banho frio.
Vesti meu uniforme, calcei meus sapatos gastos.
Me servi com meia xícara de café amargo, duas colheres de açúcar.
Bebi.
Peguei minha bolsa sobre o sofá.
Então desci as escadas novamente.
Hora de trabalhar.
Nos fones de ouvido (Vanessa da Mata).
Sem mais, hoje não foi um dia como qualquer outro.
Hoje é vinte e dois de Fevereiro.
O dia em que a tristeza pairou sobre mim.
No próximo ano descreverei esta mesma data, como alguém que sente
a esperança da mudança. Como alguém que pretende estar respirando neste dia.
Fim do trajeto!
O mundo não para, eu também não posso parar.
Eu sou o ponto de mágoa.
E estou em busca de paz.
Adeus, até ano que vem! Digo a mim mesma.
Enquanto caminho.
O meu coração não para!
Não para.
E o sol está no meio do céu.

(Daniela Dias)




29 de Setembro

Vinte e Nove de Setembro

Eram seis horas da manhã quando acordei.
O clima estava agradável! Fresco!
E neste dia, ah neste dia eu acordei diferente.
Eu tomei um banho gelado e vesti um jeans apertado,
coloquei minha camiseta cortada da banda ‘’Velho Scotch’’,
calcei meu tênis velho, tapei meus olhos com meu ray-ban favorito,
prendi meus cabelos com elástico, inseri fones nos ouvidos e sai para caminhar...

Naquele dia, naquele momento:
A tristeza era quase aparente. E a saudade era silenciosa.
Apenas se ouvia dentro de mim.
Os óculos escuros escondiam meus olhos, enquanto eu caminhava.
Eu queria poder mostrar meus olhos ao mundo, mas não podia.
A dor era grande!
Então eu caminhei o tempo todo escondendo meus olhos por trás de óculos escuros!
Escondendo meu...

Ah!
Naquele dia eu acordei diferente!
Acordei com dores na alma, querendo caminhar por horas a fio.
Caminhar para qualquer lugar com meu tênis velho.
Querendo sentir alguma nova emoção enquanto ouvia Vanessa da Mata.
Querendo parar de esconder meus olhos...

Naquele dia eu acordei diferente.
Eu deixei nos cabides todas as saias que me enfeitam no dia a dia.
E naquele dia eu vesti um jeans apertado.
Eu sei.
Ah!
Eu sei.
Mil poemas não poderiam me descrever naquele momento.
Naquele dia em que eu acordei diferente!
E os meus olhos continuaram escondidos por trás de óculos escuros...

Naquele dia o mundo estava igual para todas as pessoas.
Mas para mim nada soava normal, eu estava diferente!
Tudo o que eu queria era andar por aí com meus fones de ouvido.
Era ouvir ‘’Vanessa, Elis, Maysa e Nara ou Natiruts’’ enquanto caminhasse com passos lentos
ao mesmo tempo em que escondesse meus olhos.

Eu sei!
É!
Eu sei.
Naquele dia tudo poderia ter sido diferente.
Mas não haveria como ser, pois era vinte e nove de Setembro.
Então o melhor que eu podia fazer era caminhar escondendo meus olhos.
O melhor que eu poderia era vestir um jeans apertado.
A esta altura eu já estava ouvindo ‘’Vento no Litoral’’ há tanto tempo.
Eu já estava caminhando  há tanto tempo.

É!
Eu sei!
Eu estava há tanto tempo de olhos escuros.
Era vinte de nove de Setembro.
Eram nove da manhã, quando me dei conta do tempo e do espaço.
Então segurei a dor, sequei meus olhos, recoloquei meus óculos e voltei.

Em casa a vida estava vazia, mesmo assim ‘’Meus Vinte Anos’’ tocava no áudio.
E eu de óculos me deitei no chão.
Jogada com meus tênis e meus jeans enquanto a música me fazia refletir.
Senti uma saudade amarga.
Era vinte e nove de Setembro.
E alguma coisa o durante aquele dia me incomodou, mas no dia seguinte eu sabia que seria diferente, por que afinal não seria vinte e nove de Setembro...

(Daniela Dias)



Viva!

Viva a paz, o amor, a arte e a poesia! 
Viva a amizade, a pintura, a música e a harmonia!
Viva eu, viva você, viva a felicidade sem vaidade…



(Daniela Dias)

Você se foi...

Você se foi

Hoje é dia vinte e três.
É noite!
No relógio vinte e duas horas e nove minutos,
os segundos passam rápido, não posso descrevê-los.
Mas não importa.
Eu não preciso descrevê-los.
Realmente não preciso!
O que eu preciso descrever aqui neste papel é o...
Ah!
Eu preciso descrever como tenho me sentido.
Sabe!
O que eu tenho sentido aqui dentro.

Eu preciso ver você!
Eu preciso de você!
Eu preciso te abraçar!
Eu preciso gritar!
Eu preciso chorar!
Eu preciso dizer aqui, ali ou lá!

Eu preciso escrever, o quanto tem sido difícil.
Como tem sido doloroso não ver você,
não saber de você, não estar com você,
não ouvir sua voz, não respirar o seu ar.
Não sentir o seu calor, não saber onde você está.
Mas...
Eu não consigo fazer isso.
Não!
Não consigo encontrar forças para fazer tudo isso ou para seguir em frente.
Não sem você!

Sabe!
Você não iria querer isso, mas...
Tudo o que eu tenho feito é me sentar em frente ao mar para ver as ondas.
Tudo o que eu tenho feito é me sentar em nossa antiga cadeira fria.
Tudo o que eu tenho feito é abrir garrafas de vinhos.
Tudo o que eu tenho feito é colocar duas taças sobre a mesa.
Tudo o que eu tenho feito é tentar esquecer!

Mas feito algo impossível, feito doença incurável, eu tento, mas não consigo.
Eu abro a porta, eu fecho a porta.
Eu ando pela nossa casa com as luzes apagadas.
Eu tento!
Já queimei todos os retratos!
Mas isso foi tão em vão, por que você ainda está em minha memória.
Você ainda está comigo a cada passo.
Hoje é dia vinte e três.
E tudo o que eu tenho feito é me lembrar quando na verdade deveria esquecer.
Eu preciso descrever como tenho me sentido.
Sabe!
O que eu tenho sentido aqui dentro.

Eu preciso ver você!
Eu preciso de você!
Eu preciso te abraçar!
Eu preciso gritar!
Eu preciso chorar!
Eu preciso dizer aqui, ali ou lá!

Eu preciso escrever, o quanto tem sido difícil.
Como tem sido doloroso não ver você,
não saber de você, não estar com você,
não ouvir sua voz, não respirar o seu ar.
Mas...
Eu não consigo fazer isso
Não sem você.
Não!

Então...
Eu que de corpo cansado e coração pesado não suporto mais,
deito-me em nossa antiga cama, e suspiro fundo, enquanto olho
sem desviar um segundo para o teto. E o ventilador gira lentamente.
E este é o fim do meu tormento.
Enquanto olho fixamente, e enquanto a hélice gira,
eu  tento ler a frase que você deixou lá algum dia.
E a vejo e isso me acalma!

Fecho meus olhos com sua frase confortando aqui dentro.
E dou desfecho aos meus pensamentos.
Você sabia que eu iria precisar disso.
Por que você está por aí em algum lugar no infinito sem mim.
E entro a dor de não saber de você e a sua frase.
Eu me...
Eu digo gritando dentro de mim:
- Eu também amo você!
Hoje é dia vinte e três.
Vinte e três horas e cinqüenta e nove minutos.
Os segundos não sei descrever.
Mas isso não importa.
O que me importa é descrever meu amor por você.
O que importa é eu descrever a falta que você me faz...


Por: Daniela Dias.

Você

(Você)

É sempre incrível quando você visita meus sonhos.
É sempre incrível quando você chega sorri e me abraça.
É tão bom sonhar com você!
Você…

Depois de você, os mundos nunca mais foram os mesmos.
Nem o fictício, nem o real, nem mesmo o dos sonhos.
Nenhum mundo foi o mesmo depois de você.
Você…

Sem você nada significa muita coisa.
Ah! Se você soubesse o quanto te amo!
Ah! Se você não fosse apenas fruto dos meus sonhos!
Ah! Se você aparecesse por mero acaso!
Ah! Se eu tivesse só mais uma chance de olhar nos seus olhos em silêncio!
Ah, se você se materializasse…

Ah!
Como os mundos seriam os mesmos depois deu ter estado com você?
Como, depois de ter me enfeitiçado com seus olhinhos pequenos?
Como?
Como?
Você!
Ah, você!
Eu fugiria pra qualquer lugar com você.
Ah, se você soubesse!
Ah, se você pudesse!
Ah, se você existisse!

Sonhos?
Sonhos!
Sonho, sonhos com você.
Você…

(Daniela Dias)


Volta!

Volta!

Olha, eu estou sempre sorrindo.
Mas cada sorriso é uma nova máscara.
Por que no fundo de mim, lá depois do falso sorriso
existe um poço profundo de lágrimas.
Sinto sua falta…

Como eu  poderia ser feliz?

Como, se você não existe mais aqui?
Eu preciso dizer, estou com saudades...
Ainda me pergunto, por que você foi embora  tão depressa?
Não tive tempo para...


Sinto sua falta!

E sentir sua falta está doendo.
Por favor!
Estou aqui de peito aberto.
Volta?

Volta!
Volta...


Olha, eu estou ouvindo a música que você amava.
Estou chorando feito um filhote que perdeu sua mãe.
Então, volta!
Tudo o que eu preciso é saber de você.
Tudo o que eu sinto em relativo a você...
Ah!Juro por todas as crenças, por todos os deuses, semi deuses

e por todo átomo presente no universo. 
Eu só gostaria de saber de você...


Volta algum dia?

Volta?
Volta!

Eu.
Ah!
Por favor!

Apenas por um dia?

Por favor!


Só por um dia eu preciso respirar o seu ar.
E arrancar de mim esta saudade...


(Daniela Dias)