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Biblioteca de Fanzines

quarta-feira, 20 de abril de 2016

(Chorar)

(Chorar)

Há quem diga que chorar lava a alma.
Há quem diga que chorar não vale à pena.
Eu que sou apenas mais uma pessoa neste mundo tão grande,
presto-me a dizer, ou melhor, a escrever algo sobre choro.
E no meio da minha inconstância diária, reafirmo as duas frases.
Chorar lava mesmo alma.
Mas nem sempre chorar vale à pena.

Aos que choram e aos que não choram digo apenas;
Pra chorar, antes é preciso sentir.
O choro não faz sentido se não for sentido.
Pra chorar, é preciso antes consentir o sentir.
Permitir.
Sentir o sentido de sentir, sentir o gosto desgostoso do sal,
da lágrima, que depois do referido choro não será mais sua.
Chorar é também saber que aquela água morna, transparente e salgada
produzida pelos seus sentidos, as tais lágrimas não serão mais suas depois
que elas atravessarem seus lindos olhos.
Portanto, chorar também é uma perda.

Como se chorar fizesse algum sentido!
Como se sentir fizesse sentido também!
Com maturidade você descobrirá o quanto é difícil controlar as emoções.
Chorar dói, alegra e até alivia.
Mas olha!
Nem sempre chorar se faz necessário.
Nem sempre chorar vale á pena.
Chorar.
Definitivamente chorar não vale à pena, nem o poema.
Com maturidade nos damos conta que o que vale mesmo é o verbo sentir.
Sentir.
Sentido.
Sentindo.

(Daniela Dias)