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Biblioteca de Fanzines

segunda-feira, 21 de março de 2016

Daniela Dias Poetisa - Formiga


(Poema Narrativo)


Significado de Cansaço: Fadiga, canseira, fraqueza causada por exercício ou doença.
Significado de Cansado: Fatigado, afadigado, aborrecido, enfastiado.

(Poema Narrativo)

São 03h37min da manhã, está frio, e eu estou na sala.
Estou sentada em meu sofá vermelho, tomando um chá gelado sem açúcar.
Estou diante do meu quadro escuro, cansada!
Sinto cansaço e estou cansada...

Ouço o tic-tac do relógio de parede e também estou cansada disso.
Eu tenho um relógio de parede e ele não para!
Por ora, ele tem pilhas novas, mas chegará o momento em que as pilhas ficarão cansadas a ponto de se acabarem.
Então os ponteiros que agora me incomodam irão parar.
Mas quer saber o que mais me deixa cansada neste momento?
É o fato de que os outros ponteiros de todos os outros relógios não irão parar,
eles continuarão fazendo tic-tac...

Estou de pijama e meias,  cansada e sem pensar em algo bom para fazer.
Resolvi abandonar o cigarro algum tempo atrás, então tive que abandonar também
o vinho e o café por conta do cigarro e do seu ciclo vicioso.
Acontece que eu me cansei dos cigarros também...

Então, hoje eu vou escrever apenas que estou cansada!
Enquanto eu penso mil coisas inúteis que me deixam ainda mais cansada
vejo meus livros na estante.
Livros que eu comprei, livros que ganhei, livros que escrevi, livros que eu li,
livros que nunca lerei.
É tudo tão em vão!
Cansei-me disso também...

Estou cansada demais para ver razão lógica de tudo.
E tudo agora que se torna nada.
Só posso dizer que estou cansada de pertencer a este corpo.
Cansada de estar cansada!
Alma pesada...

E nem pense que este cansaço é algo estranho.
Quem nunca, não é mesmo?
Estou cansada de me prender nestas roupas,  de pentear os cabelos,
cansada de usar batons, de base no rosto, de brincos que combinem,
de sapatos confortáveis...
Estou cansada!

Sabe essas coisas obrigatórias?
Estou cansada de dormir e acordar, de comer e de sentir fome para comer de novo.
Estou cansada de piscar os olhos, de escovar os dentes, de menstruar.
Estou cansada...

Cansada de sorrir, cansada de secar lágrimas.
Estou cansada de abaixar e levantar os braços.
Cansada de ir e voltar, cansada de ter que fazer algo.
Estou cansada de cortar o cabelo, cansada de ele crescer, e eu ter que cortá-lo de novo.
Cansada!
Cansada no corpo, cansada na alma!
Cansada das dores de dentro e das dores de fora...

Estou cansada de trabalhar, comprar comida, cozinhar, mastigar, engolir e evacuar.
E trabalhar para comprar comida, cozinhar, mastigar, engolir e evacuar, tudo de novo.
Cansada de trabalhar, cansada de descansar.
Estou cansada de tantas coisas!
Da matéria, das pessoas, da metafísica, do ciclo vicioso da vida...

Da obrigação de fazer, por que tem que fazer.
São 05h41min da manhã, o ponteiro do tempo não para e isso me cansa!
Meu retrato na parede ao lado da professora soa bem.
Mas, se aquele retrato tivesse vida, ele estaria também cansado!
Alguma coisa está gritando dentro da minha cabeça.
Dizendo:
- Levante-se!
Mas, estou cansada demais para responder, então me recosto.
Olho para o teto.

Está tão frio!
Mesmo cansada, penso em tudo que eu queria ter feito e não fiz.
Penso em tudo o que não queria ter feito e fiz.
Penso em tudo o que eu fiz querendo ou não querendo que acabou me
deixando assim  tão cansada de mim.
Metáforas?
Também estou cansada delas.

Metamorfose.
Fecho meus olhos, ouço o relógio.
E isso também me deixa cansada, irritada!
Por que estou tão cansada?
Dobro minhas pernas, vejo um jogo baralho,  um pote de canetas que eu uso
pra escrever minhas tolices.
Porta retratos de coisas que fiz, coisas que me deixaram cansada.
Estou, não metaforicamente cansada, estou cansada.
Cansada mesmo...

Talvez se eu não tivesse usado tantos batons, ou fumado tantos cigarros,
talvez se eu não tivesse feito tantas viagens, ido a tantas festas, talvez se eu não tivesse comido tanto, se eu...
Será?
Não! Se eu não tivesse chorado tanto, trabalhado tanto!
Talvez eu não estivesse cansada.
Talvez.
Talvez se, eu tivesse!
Não!
Não sei, talvez!
Por certo, incerto, o relógio continua, tic-tac, tic-tac...

O sol apareceu, hoje é Domingo.
Vou me deitar.
Vou me deitar cansada de tudo mas acreditando no milagre da vida.
No milagre de dormir e acordar novamente pronta para viver todas as coisas
da matéria.
Novamente.
Nova mente.
Mente.
Acabei de me dar conta que estou cansada de tudo.
Mas, que ainda acredito em milagres!
Então, vou dormir pensando que não há como fugir.
Vou me preparar para todas as coisas que me deixam cansada.
Por que ainda estou acreditando em milagres!
E o ponteiro do relógio continua girando…

(Daniela Dias)


Volta!

Volta!

Olha, eu estou sempre sorrindo.
Mas cada sorriso é uma nova máscara.
Por que no fundo de mim, lá depois do falso sorriso
existe um poço profundo de lágrimas.
Sinto sua falta…

Como eu  poderia ser feliz?
Como, se você não existe mais aqui?
Eu preciso dizer, estou com saudades...
Ainda me pergunto, por que você foi embora  tão depressa?
Não tive tempo para...

Sinto sua falta!
E sentir sua falta está doendo.
Por favor!
Estou aqui de peito aberto.
Volta?
Volta!
Volta...

Olha, eu estou ouvindo a música que você amava.
Estou chorando feito um filhote que perdeu sua mãe.
Então, volta!
Tudo o que eu preciso é saber de você.
Tudo o que eu sinto em relativo a você...
Ah!Juro por todas as crenças, por todos os deuses, semi deuses
e por todo átomo presente no universo.
Eu só gostaria de saber de você...

Volta algum dia?
Volta?
Volta!
Eu.
Ah!
Por favor!
Apenas por um dia?
Por favor!
Só por um dia eu preciso respirar o seu ar.
E arrancar de mim esta saudade...

(Daniela Dias)


Admito!

( Aos que pretendem ler, peço que leiam com calma. Pois, escrevi esta poesia num momento de dor,)

Admito!

Estou com saudades e não sei o que fazer.
Não sei como dominar este sentimento.
Admito, não sei.
Admito…

Sinceramente?
Estou perdida sem o seu sorriso.
Eu, eu!
Eu daria tudo por um abraço de dois segundos!
Eu daria o mundo por um momento apenas!
Eu admito…

Não é segredo o meu amor por você!
Não é segredo a cor do sol  me lembrar
você, o seu sorriso e o seus cabelos.
Tudo em você reflete o amarelo.
Não é segredo esta saudade que me invade!
Admito.
Todos os dias eu me lembro de você…

Juro por todos os santos!
Juro por todos os deuses!
Juro por todas as religiões!
Juro por todos os cientistas!
Juro por todos os ateus!
Eu ainda…


Admito!
Sinto saudades!
Admito, eu preciso é saber de você.
Admito!
Admito!
Admito!
Eu ainda…

Eu parti e deixei você trás.
Admito, foi egoísta da minha parte.
Admito e não me orgulho.
Pois hoje somente eu sinto saudades.
Admito;
Ainda te amo…

(Daniela Dias)






Anoiteceu...

Aconteceu!

As palavras não farão você esquecer,
as palavras não farão a coisa toda mudar.
Eu sei!
Nada mudará.
Aconteceu!
Infelizmente aconteceu.
Aconteceu e não estávamos preparados…

Não estávamos, não estamos o fato que,
nunca estaremos preparados.
Ninguém está.
Quem suporta despedidas?
Quem suporta sentir dor?
É, aconteceu…

Não podemos imaginar a dor do outro, afinal,
não compreendemos nem com nossas próprias dores.
Aconteceu.
Acontece.
Acontecerá.
E como lidaremos com isso?
Como?

Em que conseguiremos nos confortar?
Nas boas lembranças?
Talvez.
Só talvez, por que sabemos que lembrar machuca mais.
Aconteceu.
Não teremos mais aqueles dos sorrisos, aqueles abraços, e…
Aconteceu.

Desejamos e desejaremos sempre que a dor passe.
Que a saudade se dissolva.
Mas sabemos que isso não acontecerá.
Sabemos que a dor não pode nem poderá ser compartilhada,
por que ela é intimamente nossa.

Chorar não mudou, não muda, nem mudará coisa alguma.
Mas aliviará quando esta for nossa única alternativa.
Aconteceu.
Infelizmente aconteceu.

Sabemos que o sentimento da perda é dor inexplicável,
e que palavras não são capazes de acalmá-las em nenhum momento.
Aconteceu.
A dor é dor e ponto.
E palavras serão apenas palavras e nada mais.
Saudade é que não deixaremos de sentir.

Força é o que iremos precisar sem fim.
Aconteceu…

(Daniela Dias)

Felicidade

Para alcançar a  tão sonhada felicidade
precisamos abandonar os falsos sorrisos, 
as mágoas, as mentiras e os desatinos.
Afinal, felicidade não é um destino.
Felicidade é uma construção diária…

 (Daniela Dias)


Intensidade

Existem muitas coisas e pessoas aos quais precisamos esquecer.
Existem muitas coisas e questões aos quais precisamos entender.
Existem muitas coisas e momentos que não podemos deixar de viver.
A palavra que define esta poesia, a palavra do dia:
- Intensidade…

Daniela Dias

Daniela Dias - Poetisa


Rotina

Se em meio a todo cúmulo de intimidade do dia a dia
o seu coração ainda bater forte por aquele alguém
que faz parte da sua rotina diária, pode ter certeza:
- É amor...

(Daniela Dias)



Daniela Dias - Poetisa


Rotina

Se em meio a todo cúmulo de intimidade do dia a dia
o seu coração ainda bater forte por aquele alguém
que faz parte da sua rotina diária, pode ter certeza:
- É amor...

(Daniela Dias)


Daniela Dias - Poetisa


Honestos

Precisamos ser honestos com as pequenas coisas,
para sermos capazes conviver honestamente com coisas grandes.

 (Daniela Dias)



Daniela Dias Poetisa


Daniela Dias - Poetisa


Amor inocente!

(Escrito para minha querida amiga Thauany)

Amor inocente!

Quando eu ainda era menina o mundo não era um lugar gigante.
E a inocência era meu maior tesouro.
Eu amava os raios do sol e o cheiro da chuva.
Eu amava ver as pequenas moitas de capim crescendo.
Eu esperava ansiosa pelo tal capim verdinho…

Eu esperava as moitas ficarem bem grandinhas só pra sentir o prazer de me deitar nelas.
Eu mergulhava naquele capim, rolava pra lá e pra cá sem medo de acontecimentos.
Sem preocupações com insetos ou bichos, sem arrependimento por ficar com o corpo
todo coçando.
Era um mergulho inocente!
Uma das melhoras sensações que eu sentia.
O cheiro das folhas amassadas ainda está impregnado nas paredes da minha memória.
Ah, o capim!
O capim fez parte da minha história…

A sensação de felicidade de me abraçar naquelas moitas verdinhas
era mesmo indescritível!
Deitar e rolar naquelas folhas verdinhas era o que me emocionava.
Era um mergulho inocente!
Ainda me lembro de minhas gargalhadas somadas as da minha irmã.
Acho que me lembro de vento por entre as folhas.
Era um mergulho inocente…

Minha ligação com aquele capim era tão grande,
 que de tão grande eu até o comia.
Eu amava o capim!
Não a ponto de comê-lo, mas o amava.
Era um amor inocente!

Comia-o por pura crendice, folclore, inocência, superstição.
Comia por acreditar que me traria sorte e que me livraria do tal chicote.
Era inocente!
Era lindo!
Era doce ter aquele coração.
Ai que saudade daquele tempo em que o mundo não era imensidão.
Ai que saudade de mim menina rolando no capim do Maranhão…

(Daniela Dias)



Sem saída...

Sem saída…

Eu não sei olhar não foto dela e não sentir.
Eu não sei lembrar de tudo e não sofrer.
Eu não consigo mais trocar uma palavra com ela…

No meio da minha mágoa eu perdi minha dignidade;
Eu choro constantemente e ela não pode me ouvir.
Ela provavelmente nem sabe que eu choro por causa dela.
Se ela soubesse é certo que não se importaria.

Eu sofro por não conseguir perdoá-la.
Eu sofro por não conseguir olhar pra ela como deveria.
Eu sofro por sentir apenas medo, mágoa, angústia e desprezo.
Eu sofro por que estou me tornando ela…

Estou fria, amarga, rancorosa e não consigo mudar.
Eu sofro quando me lembro que ela é parte de mim e que sou parte dela.
Ainda que nenhuma de nós queira essa ligação, ela existe e isso não pode ser negado.
Amá-la ou  perdoá-la são duas situações fora de cogitação!
Mas é certo também que apenas  eu me importo com o fato de ter todos estes sentimentos em relação a ela.
Ela mesma não faz questão, talvez por isso só eu esteja sofrendo.

Eu não sei olhar uma foto dela.
Eu não sei fingir que não estou sofrendo.
Eu queria ser além de um DNA.
Eu queria ser amada!
Mas como poderia se eu mesma não sei amá-la?
Estou frustrada.
Estou me tornando o que odeio nela…

(Daniela Dias)


(Sobre Nós)

(Sobre Nós)

Sábado a noite, eram duas da manhã.
Ela me puxou pela cintura, me abraçou com força!
Depois me soltou.

Depois segurou minhas mãos e me olhou fixamente nos olhos.
Depois sorriu com aqueles olhinhos pequenos dela.
Enquanto eu me perdia entre a energia do abraço,
do sorriso e o encanto dos furinhos daquelas bochechas
ela respirou fundo e me disse que eu quebrava todos os padrões dela.

Confesso! Fiquei sem graça.
Depois de quatro anos ela ainda me deixa assim.
Perguntei a ela se isso era muito ruim.
Então ela sorriu de novo e me disse não.
Disse que era maravilhoso eu quebrar os padrões dela.

Então é isso.
Eu quebro os padrões dela e ela fixa meus pés no chão,
enquanto eu sonho com um mondo fantástico ela me dá uma dose de realidade.
Por que meus pensamentos e meu mundo são tão aleatórios e inconstantes
que só tendo ela por perto eu consigo me manter séria e sóbria com os pés no chão.

Sei lá!
Não tenho certezas sobre a vida.
Mas tenho um leve pressentimento que essa divisão entre nós é amor.
É.
É amor…

(Daniela Dias)

Tempo


Preciso de um chá!

Preciso de um chá!

Às vezes eu me sinto frustrada, chateada e triste.
Viver está muito complicado.
Complexo!
Ninguém ama ninguém essa é a verdade.
O que se ama são as conveniências.
Por trás da internet nas telas de celulares e computadores as pessoas
se sentem praticamente invencíveis.
Humilham, xingam, distorcem o que vêem ou que lêem.

Compartilham qualquer assunto sem procurarem se a fonte é verdadeira.
Viralizam crimes, brigas, violência, assassinatos, estupros, pornografia,
 agressões entre outros, sem se importarem com as conseqüências.
A onda de boatos torna-se cada vez mais parecidas com maremotos.

Defender uma ideia ou um ideal é o mesmo que levantar armas pra uma guerra.
Ninguém respeita ninguém, essa é a verdade.
Quase sempre eu gostaria de ser surda e analfabeta,
para não ter que ouvir nem ler certas coisas.

É duro gente!
Machismo estampado em posts, homofobia, transfobia,
desigualdade dos direitos humanos, culturais e raciais.
Agressividade e vitimismo.
Sério!
Estou cansada de tanta baboseira, de tanta arrogância e ignorância.
Deus me livre!
Tenho medo de me tornar arrogante.
Deus me livre!
Preciso urgentemente de um chá…

(Daniela Dias)









Íntimo


Pouco Tempo...

(Pouco Tempo)

Tenho pouco tempo.
Estou com mais de trinta anos.
Ando sempre com os dentes trincando.

Trinta anos pouco traçados.
Trocadilhos não me convém.
Pouco tempo!
É o que me mantém…

Me resta pouco tempo.
O que resta ando triplicando.
 E o pouco que tenho agora depois desses mais de trinta, traçados, trincados,
quero aproveitar ao lado dos que trazem trechos de sorrisos e paz…

Meu tempo está titubeando.
Estou com mais de trinta.
Faço das tripas o coração para estar bem.
Não sei traduzir-me quanto a isso…

Trabalho feito formiga.
E o tempo!
Tenho pouco.
Não importa!
Tenho trepidado na maresia depois da fumaça…

Sem metáforas.
O fim está chegando.
Meu tempo está se esgotando.
Vivendo o que ainda resta.
Construindo laços bonitos.
Pra serem lembrados depois do fim.
Que depois do fim se torna infinito…

(Daniela Dias)

Daniela Dias - Poetisa


(Escrito para Lucas Craus)

Aquele momento em que o leitor se torna maior, aquele momento em que o leitor se torna o poema.

(Escrito para Lucas Craus)

De vento em polpa!
Com pouco ou muito no ser.
Enternecer.
Sem ele este poema não seria.
Sem laços profundos ou abraços confusos.
Ele é esta poesia!
Mediano, magro, amarelo, olhos claros,
cabelos curtos, sorriso singelo.
Lucas o elo…

Extrato de força refletido num corpo opaco.
Ele é o antônimo de um retrato desbotado,
de cadarço desamarrado, de um jeans desabotoado.
Ele é o antônimo de fraqueza!
É o sinônimo de sutileza!
Um vidro cheio de sulfato ferroso.

Energia!
Simpatia, maestria.
Leitor de uma parte da minha heresia!
Seus cílios gigantes!
Ah! O calor das suas palavras desprendidas do que é embaraço.
E o brilho no seu olhar é que mais me distrai.
Sinto-me desconfortável com essa poesia.
Eu gostaria de descrevê-lo mais, mas não conseguiria…

No entanto, longe de qualquer pranto!
Não descrevê-lo eu não poderia.
É que não caberia!
Sinto medo de perder o inevitável.
Então o gravando isso não aconteceria.
Eternizar.
Eternizando.
Vitamina D, minhas mãos estão sangrando.
Escrevendo.
Descrevendo.
Eternizando.
Lucas…

(Daniela Dias)






Daniela Dias - Poetisa


Liberdade!

Liberdade!

Liberte-se do que te prende.
Liberte-se pra ser feliz de verdade.
Liberte-se do que é ruim!
Liberte-se do que é vaidade.
Eu não sei praticamente nada sobre a vida.
Mas eu compreendo que amor e felicidade
só são puros quando caminham ao lado da liberdade…

(Daniela Dias)

Egoísta


Daniela Dias - Poetisa


(Íntimo)

(Íntimo)

Certas coisas;
só a gente sente
só a gente entende
só a gente suporta
só a gente se importa
enfim, só a gente...

Daniela Dias



Daniela Dias - Poetisa


Daniela Dias - Poetisa


(Egoísta)

(Egoísta)

Eu quero ser eterna.
Egoístamente eterna!
Estaria mentindo se dissesse que não quero.
Por que eu quero!
Não ser eterna do sentido de viver eternamente.
Mas eu quero ser eterna.
Eterno ser!
Estar sempre na vida das pessoas, em suas historias,
em seus pensamentos, em suas fotografias, em suas estantes.
Por mais egoísta que isto seja;
Eu quero ser eterna para as pessoas a minha volta.
A ideia do esquecimento me incomoda.
Então, eu não me envergonho em dizer que eu quero.
Eu quero mesmo!
Ser o primeiro nome falado depois da palavra fim. 
Ser o primeiro nome falado depois das frases terminadas.
Ser um nome lembrado entre os diálogos...
Isso é bem egoísta.
Eu sei.
Não nego que seja.
- Mas, eu quero ser eterna…

Daniela Dias


Daniela Dias - Poetisa


Convicção!


Convicção!

Convicção!

Fim de relacionamento.
- Quero:
Um motivo pra continuar.
Um momento pra não esquecer!
Uma carta para guardar.
Um desenho pra tatuar!
Uma palavra para lembrar;
Um segundo pra me convencer
Voltar no túnel do tempo só por um dia.
Um abraço pra eternizar!
Uma prova que não posso ficar sem você.
- Quero:
Ter convicção!
Saber se estou seguindo a estrada certa
ou se eu preciso voltar?

Daniela Dias

CHá


Amor


Apenas hoje!

Apenas hoje!

Hoje.
Intensamente hoje.
Hoje é o melhor dia para ser feliz!
Única e exclusivamente hoje é o melhor dia da minha vida.
Por quê?
Por ser hoje...

Hoje estou mais bonita que ontem.
Hoje estou mais leve, mais otimista, mais amorosa.
Hoje estou um dia a frente de ontem.
E essa é minha única certeza...

Hoje eu estou ouvindo todas as canções que amo.
E, quando digo todas, são todas mesmo.
Hoje fiz as pazes com o mundo.
Hoje perdoei...

Hoje sorri mais que de costume.
Por que hoje é o melhor dia da minha vida.
Se eu existo hoje, então hoje é um grande dia.
Hoje escrevi poesias, li trechos de Fernando Pessoa.
Mergulhei em minhas fotografias, tudo isso hoje.
Hoje é um grande dia...

Hoje enfeitei meu fantástico mundo com um monte de
cenários novos e um monte de coreografias, hoje!
Hoje me tornei um pouco melhor que todos os dias antes de hoje.
Hoje recordei do nascimento do meu filho.
Hoje revirei minha vida, me reinventei.
Fiz ligações que há tempos não fazia.
Hoje colori meu dia.
Hoje deixei de ser uma pessoa e
Me tornei um ser humano...

(Daniela Dias)

09/03/2014

Daniela Dias - Poetisa


Amor...

Amor...

Ah!
O amor!
Ele nos transforma, nos molda a seu gosto.
Nos transtorna mais um pouco.
Nos deixa incapazes de ver a verdade.
Nos enche de vaidade...

Ah!
O amor!
Ele nos faz sonhar, sentir, enlouquecer, entristecer!
O amor também nos traz pitadas dosadas de felicidade.
Nos faz suspirar e ao mesmo tempo nos faz odiar.
Sei lá!
O amor é um mix de todos os sentimentos juntos.
É verdadeiramente um conjunto de tristezas, prazeres e alegrias.

Daniela Dias

Daniela Dias - Poetisa


terça-feira, 8 de março de 2016

Dia da Mulher

https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Mulher

https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Mulher

Amigos(as),

''O conhecimento!
Podem roubar seus bens, sua paz, sua liberdade, mas nunca
o conhecimento que você adquiriu.''

Sobre o tal dia internacional das mulheres segue um link.

segunda-feira, 7 de março de 2016

12 ANOS


(12 ANOS)

Aquele momento em que você percebe que seu filho de 12 anos está quase na sua altura que é 1,70.
Aquele momento em que você percebe que seu filho de 12 anos não sai da frente do espelho, pois ele está contando ansiosamente os pelos que estão crescendo e formando um bigode, nas genitais e na axila.
Aquele momento em que você percebe que seu filho de 12 anos já não gosta mais de brinquedos…

Aquele momento em que você percebe que, sempre aborda seu filho de 12 anos para qualquer assunto por mais simples ou polêmico que seja ele já está sabendo um pouco mais que você mesmo (a) sabe.
Aquele momento em que você se dá conta que seu filho de 12 anos não para de contar histórias sobre uma amiga específica lá da escola.

Aquele momento em que você percebe que seu bebê já não é mais um bebê, ele está crescendo e ficando independente tanto física, quanto mentalmente.
Aquele momento em que você sente medo deste crescimento, e que você pensa que parece que foi ontem o nascimento dele, não é mesmo!
Aquele momento que você sabe que como mãe precisa apoiar as decisões, as escolhas e as preferências do seu filho.

(Músicas, roupas, cabelo, borrachinha do aparelho, cheiro do perfume, livros, programas de TVs, seriados, comidas, círculos de amigos, sexualidade, religião ou ateísmo, escolha da profissão…)

Aquele momento em que você percebe que tudo dentro do parêntese acima não são mais suas escolhas e sim escolha do seu filho. E que cabe a você mãe, respeitá-lo e orientá-lo da melhor forma possível.
Aquele momento em que dá muito, muito medo do mundo lá fora, por que você, e só você sabe que ninguém lá fora ama seu filho como você ama. Incondicionalmente.

(Agonia, violência, intolerância, distúrbios de personalidade, desvio de caráter moral, uso desenfreados de drogas, agressividade, homicídios, estupros, espaçamentos, linchamentos, irresponsabilidade, fracasso…)

Aquele momento em que você percebe que sente muito medo que seu filho se torne qualquer coisa que está dentro deste parêntese acima ou eu ele seja vítima de tudo isso.

Aquele momento que você sabe que seu filho de 12 anos está crescendo e que isso não está dentro do seu controle.

Aquele momento em que você percebe que o mundo é grande e você é pequena, e que você não pode protegê-lo de tudo a todo o momento.
Aquele momento em que você se lembra que também já teve 12 anos e como foram suas escolhas, as boas e ruins com suas conseqüências.
Aquele momento em que você respira fundo e pensa que pra cumprir seu papel você precisa orientá-lo e amá-lo a ponto de deixá-lo crescer, pois a vida dele não é sua. É
dele.

Amar é respeitar e deixar livre.
Amar é amar.
Amar é entender que seu filho de 12 anos, daqui a pouco vai ter 13, 14, 15…
Amar é aceitar isso com tudo o que vier junto, e aproveitar todos os dias enquanto seu filho ainda está por perto.
Ai coração!
Sossega dentro do peito!
Amar é aprender a lidar com tudo isso tentando sorrir sem deixá-lo perceber seus medos.
Meu filho está com 12 anos…

E eu só tenho algumas certezas.
Uma bem grande é que amá-lo é minha escolha e não um dever.
Outra é que vou sempre estar ao lado dele.
Outra é que meu amor é incondicional.
Outra é que ser mãe dele foi minha melhor escolha.

12, 13, 14, 15, 16, 17,18…… 108
Aquele momento em que você se dá conta que quer que ele viva até 108.
Um dia de cada vez.
Ele está com 12 anos.
Aquele momento…


(Daniela Dias)

sexta-feira, 4 de março de 2016

(Chorar)

(Chorar)

Há quem diga que chorar lava a alma.
Há quem diga que chorar não vale à pena.
Eu que sou apenas mais uma pessoa neste mundo tão grande,
presto-me a dizer, ou melhor, a escrever algo sobre choro.
E no meio da minha inconstância diária, reafirmo as duas frases.
Chorar lava mesmo alma.
Mas nem sempre chorar vale à pena.

Aos que choram e aos que não choram digo apenas;
Pra chorar, antes é preciso sentir.
O choro não faz sentido se não for sentido.
Pra chorar, é preciso antes consentir o sentir.
Permitir.
Sentir o sentido de sentir, sentir o gosto desgostoso do sal,
da lágrima, que depois do referido choro não será mais sua.
Chorar é também saber que aquela água morna, transparente e salgada
produzida pelos seus sentidos, as tais lágrimas não serão mais suas depois
que elas atravessarem seus lindos olhos.
Portanto, chorar também é uma perda.

Como se chorar fizesse algum sentido!
Como se sentir fizesse sentido também!
Com maturidade você descobrirá o quanto é difícil controlar as emoções.
Chorar dói, alegra e até alivia.
Mas olha!
Nem sempre chorar se faz necessário.
Nem sempre chorar vale á pena.
Chorar.
Definitivamente chorar não vale à pena, nem o poema.
Com maturidade nos damos conta que o que vale mesmo é o verbo sentir.
Sentir.
Sentido.
Sentindo.

(Daniela Dias)

Máscara


(Sonho)

(Sonho)

Essa noite eu sonhei com você.
O sonho foi tão ligeiro, tão passageiro.
Mesmo assim eu acordei com uma sensação maravilhosa!
Aquela sensação de ter estado com você mais uma vez…

Eu sei que sonhos parecem bobagens.
Eu sei que sonhar não é real.
Eu sei que foi só um sonho.
Mesmo assim ainda estou maravilhada!

Essa noite eu sonhei com você!
O sonho foi tão rápido.
Eu sei que não foi real.
Foi só um sonho!
Foi só uma bobagem!
Mas sonhar com você é tudo que tenho.
Meu estômago ainda está com aquele friozinho gostoso.
Essa noite eu sonhei com você…

(Daniela Dias)

(Sonho)


(Mágoa)

(Mágoa)

Estou morrendo!
Já fui ao encontro de Deus.
Já fui ao encontro do médico.
Fiz exames de consciência e clínicos também.
Na esperança da fé, não encontraram nada que me fosse satisfatório.
No resultado da medicina, encontraram de tudo um pouco, ao menos coisas pareceram mais lógicas e palpáveis.
Álcool, nicotina, cannabis sativa, diripona e várias outras substâncias
 legais e ilegais, de fácil ou difícil acesso que algum dia já utilizei.
Coisas comidas, engolidas, ingeridas, aspiradas ou inaladas…

Muito açúcar, muita gordura, muito sal.
Muito ácido, vinagre, perfume e o escambau!
Choro de vela e até castiçal.
E o que isso importa?
Estou morrendo!
Orar?
Ir ao médico?
Do que me adiantou tudo isso até agora?
Do que me adiantará?
Estou morrendo aos poucos e nada mudará…

De que me vale ter a tal fé?
Calos nos joelhos não irão me curar!
De que me vale a medicina, se aquilo que realmente me mata,
um exame não pôde e nem poderá mostrar?
De que me vale a medicina, se aquilo que realmente me mata,
o remédio não pôde e não poderá curar?
Ah! Deus! Valha-me ó Deus!
Ceticismo.
Estou morrendo…

Orar!
Ajoelhar!
Fé!
Médicos!
Exames!
Prescrições!
Receitas!
Farmácia!
Pro inferno tudo isso!
Pro inferno!
Estou morrendo…

Doses de veneno em cápsulas e seringas de mágoas vêm sendo
ingeridos e injetados neste meu corpo cético feito pelo divino.
Doses diárias de cápsulas e seringas tem estado neste meu corpo
padecente a exatamente trinta e um anos.
Deus!
Deus?
Medicina!
Medicina?
Pro inferno tudo isso!
Onde estiveram eles nestes tantos anos?
Estou morrendo!
Socorro!

Estou morrendo por causa do veneno da mágoa.
Cuidado!
Sei que não nada me salvará de mim mesma nessa dependência.
Mas salve-se!
Não deixe que a mágoa o martirize em nome de nada.
Estou morrendo.
Estou morrendo!
Socorro!
Deus e os médicos não conseguem me curar.
Não posso mudar o rumo da minha própria trajetória.
Última frase antes do adeus:
-Salve-se! Não deixe a mágoa de contaminar…

(Daniela Dias)

Sobre Mim


(Chorar)

(Chorar)

Há quem diga que chorar lava a alma.
Há quem diga que chorar não vale à pena.
Eu que sou apenas mais uma pessoa neste mundo tão grande,
presto-me a dizer, ou melhor, a escrever algo sobre choro.
E no meio da minha inconstância diária, reafirmo as duas frases.
Chorar lava mesmo alma.
Mas nem sempre chorar vale à pena.

Aos que choram e aos que não choram digo apenas;
Pra chorar, antes é preciso sentir.
O choro não faz sentido se não for sentido.
Pra chorar, é preciso antes consentir o sentir.
Permitir.
Sentir o sentido de sentir, sentir o gosto desgostoso do sal,
da lágrima, que depois do referido choro não será mais sua.
Chorar é também saber que aquela água morna, transparente e salgada
produzida pelos seus sentidos, as tais lágrimas não serão mais suas depois
que elas atravessarem seus lindos olhos.
Portanto, chorar também é uma perda.

Como se chorar fizesse algum sentido!
Como se sentir fizesse sentido também!
Com maturidade você descobrirá o quanto é difícil controlar as emoções.
Chorar dói, alegra e até alivia.
Mas olha!
Nem sempre chorar se faz necessário.
Nem sempre chorar vale á pena.
Chorar.
Definitivamente chorar não vale à pena, nem o poema.
Com maturidade nos damos conta que o que vale mesmo é o verbo sentir.
Sentir.
Sentido.
Sentindo.

(Daniela Dias)


quarta-feira, 2 de março de 2016

Quando...

(Fui convidada pela Renier Bernardo a escrever um poema um dupla. Fiquei super grata com o convite. Achei desafiador e ao mesmo tempo fiquei muito ansiosa. Estou muito feliz com o resultado. E eis aí meu 1º poema em dupla.)

Quando…

Quando uma pessoa querida se vai.
Quando uma pessoa querida se vai!
Primeiro dói, depois dói, depois dói mais um pouco.
Depois de um tempo restam apenas lembranças e
uma saudade amarga que nos invade em brasas…

Depois quem ficou pra trás percebe o vazio, o escuro
e a falta que o outro que se foi.
Então dói mais um pouco!
Dói!
Fere, cicatriza, fere de novo…

Depois que uma pessoa querida se vai!
Tudo muda.
E a nostalgia nos visita diariamente.
Imagens, sons e aromas nos fazem lembrar algo
ou alguém que não voltará.
Não importa o quanto doa, as lamentações serão em vão…
O melhor será nos acostumarmos, e aceitarmos que o jogo é assim;
- Feito o efeito, o jogo precisa ser jogado…

Quando uma pessoa querida se vai, o que resta é continuar rezando.
Quem sabe nossa partida também faça alguém chorar?
O que resta é continuar rezando, esperando que nossa vida deixe um bom
legado para alguém que alguém possa se inspirar.
Quando uma pessoa querida se vai?
Quando uma pessoa querida se vai.
O nosso olhar vai além das ilusões…

Quando uma pessoa querida se vai, nossa alma se machuca por conta das transformações.
As dores latejam, incomodam, semelhantes às contrações.
O tempo passa e elas se intensificam, não amenizam, mas ensinam muito.
Quando…
Restam-nos saudades, memórias, sensações.
Esqueça as rimas, as capas morrem, o eterno é o conteúdo!
O eterno é o que fica quando uma pessoa querida se vai…

(Daniela Dias & Renier Bernardo)