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Biblioteca de Fanzines

sexta-feira, 4 de março de 2016

(Chorar)

(Chorar)

Há quem diga que chorar lava a alma.
Há quem diga que chorar não vale à pena.
Eu que sou apenas mais uma pessoa neste mundo tão grande,
presto-me a dizer, ou melhor, a escrever algo sobre choro.
E no meio da minha inconstância diária, reafirmo as duas frases.
Chorar lava mesmo alma.
Mas nem sempre chorar vale à pena.

Aos que choram e aos que não choram digo apenas;
Pra chorar, antes é preciso sentir.
O choro não faz sentido se não for sentido.
Pra chorar, é preciso antes consentir o sentir.
Permitir.
Sentir o sentido de sentir, sentir o gosto desgostoso do sal,
da lágrima, que depois do referido choro não será mais sua.
Chorar é também saber que aquela água morna, transparente e salgada
produzida pelos seus sentidos, as tais lágrimas não serão mais suas depois
que elas atravessarem seus lindos olhos.
Portanto, chorar também é uma perda.

Como se chorar fizesse algum sentido!
Como se sentir fizesse sentido também!
Com maturidade você descobrirá o quanto é difícil controlar as emoções.
Chorar dói, alegra e até alivia.
Mas olha!
Nem sempre chorar se faz necessário.
Nem sempre chorar vale á pena.
Chorar.
Definitivamente chorar não vale à pena, nem o poema.
Com maturidade nos damos conta que o que vale mesmo é o verbo sentir.
Sentir.
Sentido.
Sentindo.

(Daniela Dias)

Máscara


(Sonho)

(Sonho)

Essa noite eu sonhei com você.
O sonho foi tão ligeiro, tão passageiro.
Mesmo assim eu acordei com uma sensação maravilhosa!
Aquela sensação de ter estado com você mais uma vez…

Eu sei que sonhos parecem bobagens.
Eu sei que sonhar não é real.
Eu sei que foi só um sonho.
Mesmo assim ainda estou maravilhada!

Essa noite eu sonhei com você!
O sonho foi tão rápido.
Eu sei que não foi real.
Foi só um sonho!
Foi só uma bobagem!
Mas sonhar com você é tudo que tenho.
Meu estômago ainda está com aquele friozinho gostoso.
Essa noite eu sonhei com você…

(Daniela Dias)

(Sonho)


(Mágoa)

(Mágoa)

Estou morrendo!
Já fui ao encontro de Deus.
Já fui ao encontro do médico.
Fiz exames de consciência e clínicos também.
Na esperança da fé, não encontraram nada que me fosse satisfatório.
No resultado da medicina, encontraram de tudo um pouco, ao menos coisas pareceram mais lógicas e palpáveis.
Álcool, nicotina, cannabis sativa, diripona e várias outras substâncias
 legais e ilegais, de fácil ou difícil acesso que algum dia já utilizei.
Coisas comidas, engolidas, ingeridas, aspiradas ou inaladas…

Muito açúcar, muita gordura, muito sal.
Muito ácido, vinagre, perfume e o escambau!
Choro de vela e até castiçal.
E o que isso importa?
Estou morrendo!
Orar?
Ir ao médico?
Do que me adiantou tudo isso até agora?
Do que me adiantará?
Estou morrendo aos poucos e nada mudará…

De que me vale ter a tal fé?
Calos nos joelhos não irão me curar!
De que me vale a medicina, se aquilo que realmente me mata,
um exame não pôde e nem poderá mostrar?
De que me vale a medicina, se aquilo que realmente me mata,
o remédio não pôde e não poderá curar?
Ah! Deus! Valha-me ó Deus!
Ceticismo.
Estou morrendo…

Orar!
Ajoelhar!
Fé!
Médicos!
Exames!
Prescrições!
Receitas!
Farmácia!
Pro inferno tudo isso!
Pro inferno!
Estou morrendo…

Doses de veneno em cápsulas e seringas de mágoas vêm sendo
ingeridos e injetados neste meu corpo cético feito pelo divino.
Doses diárias de cápsulas e seringas tem estado neste meu corpo
padecente a exatamente trinta e um anos.
Deus!
Deus?
Medicina!
Medicina?
Pro inferno tudo isso!
Onde estiveram eles nestes tantos anos?
Estou morrendo!
Socorro!

Estou morrendo por causa do veneno da mágoa.
Cuidado!
Sei que não nada me salvará de mim mesma nessa dependência.
Mas salve-se!
Não deixe que a mágoa o martirize em nome de nada.
Estou morrendo.
Estou morrendo!
Socorro!
Deus e os médicos não conseguem me curar.
Não posso mudar o rumo da minha própria trajetória.
Última frase antes do adeus:
-Salve-se! Não deixe a mágoa de contaminar…

(Daniela Dias)

Sobre Mim


(Chorar)

(Chorar)

Há quem diga que chorar lava a alma.
Há quem diga que chorar não vale à pena.
Eu que sou apenas mais uma pessoa neste mundo tão grande,
presto-me a dizer, ou melhor, a escrever algo sobre choro.
E no meio da minha inconstância diária, reafirmo as duas frases.
Chorar lava mesmo alma.
Mas nem sempre chorar vale à pena.

Aos que choram e aos que não choram digo apenas;
Pra chorar, antes é preciso sentir.
O choro não faz sentido se não for sentido.
Pra chorar, é preciso antes consentir o sentir.
Permitir.
Sentir o sentido de sentir, sentir o gosto desgostoso do sal,
da lágrima, que depois do referido choro não será mais sua.
Chorar é também saber que aquela água morna, transparente e salgada
produzida pelos seus sentidos, as tais lágrimas não serão mais suas depois
que elas atravessarem seus lindos olhos.
Portanto, chorar também é uma perda.

Como se chorar fizesse algum sentido!
Como se sentir fizesse sentido também!
Com maturidade você descobrirá o quanto é difícil controlar as emoções.
Chorar dói, alegra e até alivia.
Mas olha!
Nem sempre chorar se faz necessário.
Nem sempre chorar vale á pena.
Chorar.
Definitivamente chorar não vale à pena, nem o poema.
Com maturidade nos damos conta que o que vale mesmo é o verbo sentir.
Sentir.
Sentido.
Sentindo.

(Daniela Dias)