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Biblioteca de Fanzines

terça-feira, 11 de abril de 2017

Derrubada

Ninguém!
Ninguém, ninguém mesmo!
Ninguém, ninguém…

Ninguém jamais me verá derrubada.
Eu cairei é claro, em vários momentos.
Creio nisso como parte do processo de crescimento.
Mas derrubada não!
Não mesmo!

Ninguém!
Ninguém, ninguém mesmo!
Ninguém, ninguém…

Ninguém jamais  me verá derrubada.
Por que eu não nasci pra ser vista assim.
- Derrubada.
Cair, eu cairei, mas não ficarei derrubada.
Só por que eu não nasci pra viver assim.

(Daniela Dais)



DESPEDIDA

Tantos passos!
Quando nascemos, ninguém nos prepara para despedidas.
Na primeira, na segunda e na terceira infância, ninguém nos prepara.
Na adolescência ninguém nos prepara, mas a gente acaba se dando
conta dum jeito ou doutro. 
Mas nos preparar mesmo, ninguém prepara…

Tantos passos!
Tudo o que nos preparam para acreditar é, em céu e estrelas.
Depois dos trinta ainda tenho sérias dúvidas de quanta mentira ou verdade há nisso.
É! São tantos passos! 
Não sei avaliar ainda o quanto isso me incomoda.
Sabe, o fato de não ter sido preparada para despedidas…

Tantos passos!
Tantas maneiras de chegar e partir!
Tantos registros, tantos abraços, tanto, tanto! 
Tantos! 
Estou tonta.
Será que algum dia estarei pronta? 
Tantas maneiras de ir e vir!
E eu querendo apenas encontrar um jeito de aprender me despedir.
E eu querendo apenas encontrar um meio de me despedir e ainda ficar por aqui.

Tantos passos!
Ainda há quantos? 
Céu, estrelas, será? 
Até que ponto devo acreditar? 
Se eu puder não sentir e  ser sentida? 
Se eu não puder tocar ou ser tocada?  
Ainda sim existirá céu? 
Ainda sim existirão estrelas? 
Só creio no que posso apalpar.  
Me dê asas! 
Por favor, me dê asas!  
Me faça voar…

Tantos passos!
E eu aqui com minha poesia tentando encontrar uma maneira 
de me despedir e ainda ficar por aqui. 
E eu sei que só está sendo difícil por que desde que nasci ninguém me preparou para despedidas… 
Mas de qualquer forma, quero voar!
Estou desapegada dos passos. 
Quero voar… 
Quero asas gigantes! 
Quero voar! 
Quero voar…
Talvez sem me despedir, voar! 
Apenas voar e repousar sobre minhas poesias.

(Daniela Dias)


Amor!

Amor! Eu o sinto de formas tão intensas!
Eu sinto tanto! Sinto tanta! Amar me compõe,
amar me encanta! Enquanto sei que a recíproca
é apenas um privilégio.Mas eu sinto! Lamento…

Ei!
Ei.
Ei…

Eu tenho amor, eu sinto amor!
Lamento que você não o veja,
lamento que você não o sinta.
Eu tenho, eu sinto…

Por quê?
Eu me pergunto por quê?
Mas não tenho respostas.
Por quê não existe recíproca?
Lamento!
Eu tenho, eu sinto…

Ei!
Ei.
Ei…

Eu quero que saiba.
Eu tenho amor, eu sinto amor.
Lamento tanto!
Eu quero que você também tenha.
Eu quero que você sinta.
Ainda que não seja em recíproca.

(Daniela Dias)