(Recomendo que o texto
seja lido ao som da música On May Own da Nikka Costa. Peço desculpas pois, o
texto é bem antigo mas achei que valia a pena publicá-lo.)
Cais da Saudade.
Menina!
Menina!
Onde está você?
Menina!
Menina!
Deixe-me te ver.
Nova Almeida, Serra/ES.
São quatorze horas em ponto, estou aqui
sentada no cais.
Eu amo esse cais!
E você sabia disso.
Amo tanto quanto amo música, cigarro, boa
comida e poesia.
O dia está parcialmente frio e daqui eu
vejo as garças mergulhando.
Eu admiro tanto as garças!
E você sabia disso também.
Daqui estou vendo os barcos ancorados,
inclusive aquele lindo.
Aquele amarelo lembra?
Se você pudesse se lembraria, eu sei.
Estou ouvindo Nikka Costa cantando On May
Own, com o riplay ligado há bastante tempo.
Estou fumando cigarros, estou observando
a vida passando por aqui.
Pelo menos por aqui onde meus olhos podem
ver.
Estou aqui imaginando como seria se você
também estivesse.
Eu estaria doida, nem conseguiria ver
nada, por que quando estava com você não conseguia
enxergar mais nada a minha volta.
A música da Nikka já teria sido desligada
por você odiava repetições e também a Nikka.
Sei lá!
Sabe! Eu estou escrevendo essas coisas
sem muitas certezas.
Acho que depois que você foi embora o meu
coração ficou tão partido que não poderei mais colá-lo novamente.
Então, sempre que dói demais eu venho até
aqui com frutas frescas, cadernos, canetas e cigarros...
Sento-me, ligo o riplay de uma música
qualquer e fico observando o que meus olhos conseguem alcançar.
Choro, penso, repenso, choro de novo,
como, acendo cigarros, apago cigarros e escrevo.
É triste!
Dói muito não saber de
você...
As eu consigo sentir pena de mim.
Nova Almeida, Serra/ES.
São dezesseis horas e treze minutos,
estou aqui sentada no cais.
Eu amo esse cais!
E você sabia disso.
Estou finalizando este texto que não irei
chamar de poesia.
O sol já está indo se deitar e meu
coração ainda...
Bem, vou desligar música, preciso me
levantar.
Ficar de pé!
Amo muitas coisas, amo esse cais, amo
você!
Preciso dar fim a este texto, então...
Se puder ler isto de algum modo, saiba
que eu amo muitas coisas, amo esse cais, amo você.
-Sinto muito sua falta!
Menina!
Menina!
Onde está você?
Menina!
Menina!
Deixe-me te ver.
Por: Daniela Dias.