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Biblioteca de Fanzines

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Despedida

Despedida

Hoje!
Excepcionalmente hoje eu me peguei revirando o lixo.
Aquele que por algum motivo eu deixei dentro de mim.
E amargamente, desesperadamente hoje, única e exclusivamente hoje!
Eu vivi o luto da sua partida...

Hoje!
Ainda que o sentimento seja  indefinidamente estranho,
no entanto, apenas por hoje eu rasguei a garganta e não engoli o choro.
Hoje eu soltei o ar que me valia!
Hoje eu aliviei a dor que nem eu mesma sabia...

Hoje!
Eu que jamais acreditei na morte ou até mesmo na dor da perda.
Eu que sempre acreditei no valor do momento finalmente entendi.
Sim, eu entendi que as pessoas simplesmente se vão.
Entendi quando varri o lixo que havia dentro de mim.
Entendi que algumas pessoas viajam e não voltam mais.
Entendi que algumas pessoas se mudam de cidade.
Entendi que os caminhos mudam de direção.
Entendi que algumas pessoas se vão...

Hoje!
Intuitivamente, única e exclusivamente me despedi.
Soltei sua mão e deixei você ir.
Deixei você e todos os que partiram de alguma forma.
No meu íntimo, encontrei em meio ao amor que os prendia.
Encontrei muita dor e saudade.
E também uma inacreditável nuvem negra que precisava ser apagada.
E eu a apaguei...

Hoje!
Lavei dentro de mim com algumas gotas de lágrimas e transformei dentro de mim.
Fiz de mim mesma um lugar sereno e do meu lugar um recanto de paz!
Libertei todos que precisavam ser libertados da minha prisão interior.
Deixei você e todos os outros que eu aprisionava seguirem em frente.
Apenas hoje!
Por mais que tenha doído, por mais que meu egoísmo ainda os quisesse prender.
Eu os libertei...

Agora o meu fardo tornou-se leve!
Sinto-me em paz!
Sinto-me suave!
Hoje!
Única e exclusivamente hoje eu escrevi estes versos para promover a paz.
E dizer o quanto foi bom libertá-los e me livrar de tudo isso.
Hoje!
Apenas hoje...

Por: Daniela Dias.