(Este
poema é a mistura de um sentimento real envolvido de sátiras. Apesar de todo
meu lirismo poético, a explosão foi necessária. Explodi.)
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Farpas Lançadas
Ele usa
vestido!
Ela veste
gravata!
Ah, por
favor!
E eu?
Eu não
passo de alguém com uma faca na língua.
Eu não
passo de alguém com um calabouço escondido no peito.
Ele usa
vestido.
Ela veste
gravata.
E eu?
E eu?
Eu não
passo de um rei sem reino, eu não passo de um cão sem dono.
Eu não
passo de um braço esticado apontando pra qualquer direção.
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(TRIBUNAL)
Eu?
Sou
vítima.
Sou
testemunha.
Sou
advogado de acusação.
Sou
promotor.
Sou juiz.
Sou o
martelo batendo na taboa.
Sou o
sentenciador.
- CULPADO!
E que se
cumpram os autos…
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Ele usa
vestido!
Ela veste
gravata!
Ah, por
favor!
E eu?
E eu?
Eu sou
alguém em nome da ordem!
Eu sou
alguém em nome da fé!
Valha-me
óh Deus!
Eu sou
aquele que não usa vestido.
Ora
Diabos!
Eu sou
aquela que não usa gravata.
Eu sou uma
alma sem coragem de ser o que realmente quero ser na jornada.
Eu sou…
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Eu sou
alguém atrás da rede da tela riscando fogo, gritando:
É ele!
É ela!
Vestido!
Gravata!
Liberdade?
Moral!
Nada!
Nada!
Nada!
Não!
É ele!
É ela!
Batons!
Sapatos!
Saltos!
Deus!
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<---à
Ele usa
vestido!
Ela veste
gravata!
Ah, por
favor!
Reprimo?
Oprimo?
Ora
Diabos, ah!
Reprimo.
Oprimo.
Como eu
queria…
Daniela
Dias