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Biblioteca de Fanzines

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Você se foi...

Você se foi

Hoje é dia vinte e três.
É noite!
No relógio vinte e duas horas e nove minutos,
os segundos passam rápido, não posso descrevê-los.
Mas não importa.
Eu não preciso descrevê-los.
Realmente não preciso!
O que eu preciso descrever aqui neste papel é o...
Ah!
Eu preciso descrever como tenho me sentido.
Sabe!
O que eu tenho sentido aqui dentro.

Eu preciso ver você!
Eu preciso de você!
Eu preciso te abraçar!
Eu preciso gritar!
Eu preciso chorar!
Eu preciso dizer aqui, ali ou lá!

Eu preciso escrever, o quanto tem sido difícil.
Como tem sido doloroso não ver você,
não saber de você, não estar com você,
não ouvir sua voz, não respirar o seu ar.
Não sentir o seu calor, não saber onde você está.
Mas...
Eu não consigo fazer isso.
Não!
Não consigo encontrar forças para fazer tudo isso ou para seguir em frente.
Não sem você!

Sabe!
Você não iria querer isso, mas...
Tudo o que eu tenho feito é me sentar em frente ao mar para ver as ondas.
Tudo o que eu tenho feito é me sentar em nossa antiga cadeira fria.
Tudo o que eu tenho feito é abrir garrafas de vinhos.
Tudo o que eu tenho feito é colocar duas taças sobre a mesa.
Tudo o que eu tenho feito é tentar esquecer!

Mas feito algo impossível, feito doença incurável, eu tento, mas não consigo.
Eu abro a porta, eu fecho a porta.
Eu ando pela nossa casa com as luzes apagadas.
Eu tento!
Já queimei todos os retratos!
Mas isso foi tão em vão, por que você ainda está em minha memória.
Você ainda está comigo a cada passo.
Hoje é dia vinte e três.
E tudo o que eu tenho feito é me lembrar quando na verdade deveria esquecer.
Eu preciso descrever como tenho me sentido.
Sabe!
O que eu tenho sentido aqui dentro.

Eu preciso ver você!
Eu preciso de você!
Eu preciso te abraçar!
Eu preciso gritar!
Eu preciso chorar!
Eu preciso dizer aqui, ali ou lá!

Eu preciso escrever, o quanto tem sido difícil.
Como tem sido doloroso não ver você,
não saber de você, não estar com você,
não ouvir sua voz, não respirar o seu ar.
Mas...
Eu não consigo fazer isso
Não sem você.
Não!

Então...
Eu que de corpo cansado e coração pesado não suporto mais,
deito-me em nossa antiga cama, e suspiro fundo, enquanto olho
sem desviar um segundo para o teto. E o ventilador gira lentamente.
E este é o fim do meu tormento.
Enquanto olho fixamente, e enquanto a hélice gira,
eu  tento ler a frase que você deixou lá algum dia.
E a vejo e isso me acalma!

Fecho meus olhos com sua frase confortando aqui dentro.
E dou desfecho aos meus pensamentos.
Você sabia que eu iria precisar disso.
Por que você está por aí em algum lugar no infinito sem mim.
E entro a dor de não saber de você e a sua frase.
Eu me...
Eu digo gritando dentro de mim:
- Eu também amo você!
Hoje é dia vinte e três.
Vinte e três horas e cinqüenta e nove minutos.
Os segundos não sei descrever.
Mas isso não importa.
O que me importa é descrever meu amor por você.
O que importa é eu descrever a falta que você me faz...


Por: Daniela Dias.