(O vazio de 2015)
- E mais uma vez estou cá eu, com minha dose de cachaça e meu limão, aproveitando o sal das minhas lágrimas…
Sobre mim.
Roubaram meu sobrenome.
Roubaram minha infância.
Roubaram minhas chances.
Roubaram minha inocência…
Roubaram.
Roubaram!
Roubaram?
Ah, não!
Desculpem o transtorno!
Correção.
Nunca tive um sobrenome paterno.
O materno nunca me serviu para coisa alguma.
A infância nunca tive tempo pra ter.
(Desde bem cedo tive que trocar os estudos pelo trabalho.)
A inocência nunca fez parte da minha vida,
desde cedo as sombras me perseguiam e eu tive
que estar sempre em alerta, alarmada!
Então…
‘’Mais uma dose? É claro que eu tô afim… ’’
Quando penso na trajetória da minha vida até o ponto deu ter me tornado esta pessoa tão amarga e petrificada eu faço e refaço, conto e reconto, os pontos, os pingos, as vírgulas, as letras, as palavras e a história com a finalidade de mudar de alguma forma a trajetória.
E eu não consigo nada.
Eu posso até mudar a forma de contar ou avaliar.
Mas a estrada não é aleatória.
Eu tenho uma memória!
Hoje me dei conta que não me roubaram nada.
Não roubaram?
Não.
Não roubaram!
Não roubaram…
Ninguém pode ter me roubado aquilo que eu nunca tive.
Nunca tive sobrenome.
Nunca tive infância.
Nunca tive chance.
Nunca tive inocência.
Nunca tive.
Eu nunca tive.
Por que nunca me deram a oportunidade de ter.
Hoje meu olhar estar diferente.
Talvez até um pouco mais vazio.
Acabo de me dar conta que nunca me roubaram nada.
E isso até seria trágico, se eu não fizesse disto um poema ou um conto cômico.
Acabei de me dar conta, nunca tive nada pra ser roubado.
Nunca me roubaram nada…
- E mais uma vez estou cá eu, com minha dose de cachaça e meu limão, aproveitando o sal das minhas lágrimas…
(Daniela)
Bem vind@ ao cantinho que reservei para publicar meu ''amontoado de palavras''. Coisas que faço, que sinto e escrevo me atrevendo a nomear por ''poesia''. ''E se alguém perguntar por aí, diga que a poesia é tudo pra mim!'' - Volte sempre...
quarta-feira, 30 de dezembro de 2015
segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
(Aos que pretender ler, peço que leiam com calma. Pois este poema traduz uma alma. E recomendo a leitura deste poema com o som ‘’More Beautiful/Sad Piano Songs By Brian Crain’’)
Sons de Piano
Nasci.
Nasci!
Nasci?
Ah! Nasci…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Cresci.
Cresci!
Cresci?
Ah! Cresci…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Me perdi.
Me perdi!
Me perdi?
Ah! Me perdi…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Abracei, afastei.
Abracei, afastei!
Abracei, afastei?
Ah! Abracei, afastei…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Amarguei.
Amarguei!
Amarguei?
Ah! Amarguei…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Adoeci.
Adoeci!
Adoeci?
Ah! Adoeci…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Morri.
Morri!
Morri?
Ah! Morri…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Nasci.
Cresci.
Me perdi.
Abracei.
Afastei.
Amarguei.
Adocei.
Morri.
(AMEI)
Tentei ao máximo ser sempre mais do que eu realmente podia.
Confesso! Até consegui chegar mais longe que qualquer um imaginaria.
Mas morri.
Em meio às luzes do céu eu mesma não posso me encontrar.
Em meios as ondas do mar eu mesma não posso me encontrar.
Morri.
Nasci.
Cresci.
Me perdi.
Abracei.
Afastei.
Amarguei.
Adocei.
Morri.
(AMEI)
Sons de piano não poderão me acalmar.
Morri.
Morri!
Morri?
Morri.
Morri.
Morri…
(Não tendo aquilo o que eu realmente queria.)
Asas para voar!
E uma família que pudesse me amar.
Então! Morri…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Chorei.
Escrevi este poema.
E dormi.
Eu sei!
Sons de piano não poderão me acalmar.
(Daniela Dias)
Sons de Piano
Nasci.
Nasci!
Nasci?
Ah! Nasci…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Cresci.
Cresci!
Cresci?
Ah! Cresci…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Me perdi.
Me perdi!
Me perdi?
Ah! Me perdi…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Abracei, afastei.
Abracei, afastei!
Abracei, afastei?
Ah! Abracei, afastei…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Amarguei.
Amarguei!
Amarguei?
Ah! Amarguei…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Adoeci.
Adoeci!
Adoeci?
Ah! Adoeci…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Morri.
Morri!
Morri?
Ah! Morri…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Nasci.
Cresci.
Me perdi.
Abracei.
Afastei.
Amarguei.
Adocei.
Morri.
(AMEI)
Tentei ao máximo ser sempre mais do que eu realmente podia.
Confesso! Até consegui chegar mais longe que qualquer um imaginaria.
Mas morri.
Em meio às luzes do céu eu mesma não posso me encontrar.
Em meios as ondas do mar eu mesma não posso me encontrar.
Morri.
Nasci.
Cresci.
Me perdi.
Abracei.
Afastei.
Amarguei.
Adocei.
Morri.
(AMEI)
Sons de piano não poderão me acalmar.
Morri.
Morri!
Morri?
Morri.
Morri.
Morri…
(Não tendo aquilo o que eu realmente queria.)
Asas para voar!
E uma família que pudesse me amar.
Então! Morri…
Sons de piano não poderão me acalmar.
Chorei.
Escrevi este poema.
E dormi.
Eu sei!
Sons de piano não poderão me acalmar.
(Daniela Dias)
sexta-feira, 18 de dezembro de 2015
Café com Pão/Arroz com Feijão
Café com Pão/Arroz com Feijão
Hoje logo pela manhã eu saí atrasada para o trabalho.
Na portaria do condomínio reencontrei uma amiga.
Não nos víamos há muito tempo.
Eu a abracei, ela retribuiu.
Eu a perguntei como estava à vida.
Então ela começou a falar um monte de coisas,
Coisas sem fim, coisas em números, coisas grandes.
Sabe, coisas de gente grande!
Coisas de gente engrandecida…
E tudo isso ela falava num curto espaço.
Eu piscava os olhos ela falava mil palavras:
´´ carro, casa, palestra, projetos, audiência, dinheiro, processo, me convidaria para um jantar chique…’’
E ela foi falando, falando, falando!
Coisas em números, coisas de gente grande.
Palavras, palavras, palavras…
(Socorro!)
Eu pensava.
De repente olhou para o relógio, disse que custou um baba e que estava atrasada.
Despediu-se e foi embora.
Ufa! Tudo bem! O falatório havia acabado.
Eu estou feliz por ela ter conseguido conquistar tantas coisas.
Estou triste também, não pelas coisas conquistadas,
mas pela perda de uma amiga que talvez não veja mais.
Aquela que ria, gargalhava, falava palavrões e contava piadas.
Aquela que a gente abraçava e sentia calor humano.
Sabe, aquela que contagiava!
Talvez ela ainda exista lá dentro, bem dentro…
Naquele momento enquanto caminhava para o trabalho eu me lembrava
do filme que assisti com minha Eddy "O Pequeno Príncipe" (Le Petit Prince) que a propósito provocou muito em mim o ´´emocionar ´´.
O problema não é crescer, o problema é esquecer…
Resumindo:
Bem, ela foi embora e não me perguntou como eu estava.
Mas tudo bem, por que naquela hora tudo o que eu queria
era café com pão.
- Cafééééé com pããããããooooooo!
E quando alguém me convidar para um jantar, por favor!
Sirva-me:
- Arozzzzzzzz, feijããããããõoooooo!
Conclusão:
Quando me encontrar;
Abraço!
Sorrisão!
Quando me convidar;
Café com pão!
Arroz com feijão.
(Por que são essas coisas que eu amo.)
Registrei pra não esquecer.
Por que mais vale um abraço que um coração cheio de aço…
Daniela Dias.
Hoje logo pela manhã eu saí atrasada para o trabalho.
Na portaria do condomínio reencontrei uma amiga.
Não nos víamos há muito tempo.
Eu a abracei, ela retribuiu.
Eu a perguntei como estava à vida.
Então ela começou a falar um monte de coisas,
Coisas sem fim, coisas em números, coisas grandes.
Sabe, coisas de gente grande!
Coisas de gente engrandecida…
E tudo isso ela falava num curto espaço.
Eu piscava os olhos ela falava mil palavras:
´´ carro, casa, palestra, projetos, audiência, dinheiro, processo, me convidaria para um jantar chique…’’
E ela foi falando, falando, falando!
Coisas em números, coisas de gente grande.
Palavras, palavras, palavras…
(Socorro!)
Eu pensava.
De repente olhou para o relógio, disse que custou um baba e que estava atrasada.
Despediu-se e foi embora.
Ufa! Tudo bem! O falatório havia acabado.
Eu estou feliz por ela ter conseguido conquistar tantas coisas.
Estou triste também, não pelas coisas conquistadas,
mas pela perda de uma amiga que talvez não veja mais.
Aquela que ria, gargalhava, falava palavrões e contava piadas.
Aquela que a gente abraçava e sentia calor humano.
Sabe, aquela que contagiava!
Talvez ela ainda exista lá dentro, bem dentro…
Naquele momento enquanto caminhava para o trabalho eu me lembrava
do filme que assisti com minha Eddy "O Pequeno Príncipe" (Le Petit Prince) que a propósito provocou muito em mim o ´´emocionar ´´.
O problema não é crescer, o problema é esquecer…
Resumindo:
Bem, ela foi embora e não me perguntou como eu estava.
Mas tudo bem, por que naquela hora tudo o que eu queria
era café com pão.
- Cafééééé com pããããããooooooo!
E quando alguém me convidar para um jantar, por favor!
Sirva-me:
- Arozzzzzzzz, feijããããããõoooooo!
Conclusão:
Quando me encontrar;
Abraço!
Sorrisão!
Quando me convidar;
Café com pão!
Arroz com feijão.
(Por que são essas coisas que eu amo.)
Registrei pra não esquecer.
Por que mais vale um abraço que um coração cheio de aço…
Daniela Dias.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2015
Vinte e Dois de Fevereiro
(Aos que pretendem ler, peço que leiam com calma. Pois, este poema precisa ser lido pausadamente, respire fundo ao menos uma vez, este poema traduz uma alma.)
Vinte e Dois de Fevereiro
Hoje eu acordei cedinho.
A cama estava fervendo.
Peguei meu livro sobre o criado mudo.
Desci as escadas do prédio.
Sentei me no jardim do condomínio.
O sol ainda não tinha nascido.
O sereno ainda estava nas flores e folhas.
Encostei-me numa castanheira, depois fui abaixando lentamente para sentar-me.
Lentamente feito que está com o corpo cansado.
Sentei-me.
Abri meu livro predileto na página 27 e li.
Depois fechei o livro.
Li como quem não tivesse lido nada!
Senti uma sensação estranha, uma aparente tristeza pairou sobre mim,
senti-me fria, amarga e cruel com o mundo e comigo mesma.
- Ingrata!
Afinal, o sol já estava nascendo, e os pássaros estavam cantando,
e meus olhos e ouvidos perfeitos, viam e ouviam todas essas maravilhas,
e mesmo assim eu me entristecia.
Senti uma vontade doida de acender um cigarro.
Mas eu parei de fumar a algum tempo.
Não tenho isqueiros ou cigarros, apenas motivos.
Meus olhos marejados não se calaram, entronaram!
Minha garganta apertada solicitou um grito de emergência.
Mas não gritei!
Enquanto eu mergulhava em minha tristeza, meu coração dizia:
- Socorro!
Minha razão dizia:
- Egoísta!
E eu decidi não ouvir nenhum dos dois.
Silenciei.
Engoli a seco.
Eu me dei conta que já era dia.
Eu de pijamas com um livro na mão e a cabeça cheia.
- Porquê? Perguntei a mim mesma.
- Eu sei, sou egoísta! Respondi a mim mesma.
- Há tantos felizes tendo tão pouco ou nada menos do que eu tenho.
- Porque eu não?
- Porquê eu não?
- Porquê?
Olhei para cima, um gato em outra árvore me observava.
Ele estava lá paradinho fixamente me olhando.
Eu cheia de dores e lágrimas!
Eu pensei em tudo, e tudo não deu em manda.
- Sou extraordinária!
- E culpada pela falta de nós, fitas e laços.
Amável, amarga, silenciosa.
Levantei sem forças.
Subi as escadas.
Coloquei o livro de volta no criado.
Coei um café fresquinho.
Tomei um banho frio.
Vesti meu uniforme, calcei meus sapatos gastos.
Me servi com meia xícara de café amargo, duas colheres de açúcar.
Bebi.
Peguei minha bolsa sobre o sofá.
Então desci as escadas novamente.
Hora de trabalhar.
Nos fones de ouvido (Vanessa da Mata).
Sem mais, hoje não foi um dia como qualquer outro.
Hoje é vinte e dois de Fevereiro.
O dia em que a tristeza pairou sobre mim.
No próximo ano descreverei esta mesma data, como alguém que sente
a esperança da mudança. Como alguém que pretende estar respirando neste dia.
Fim do trajeto!
O mundo não para, eu também não posso parar.
Eu sou o ponto de mágoa.
E estou em busca de paz.
Adeus, até ano que vem! Digo a mim mesma.
Enquanto caminho.
O meu coração não para!
Não para.
E o sol está no meio do céu.
Por: (Daniela Dias)
Vinte e Nove de Setembro
Vinte e Nove de Setembro
Eram seis horas da manhã quando
acordei.
O clima estava agradável! Fresco!
E neste dia, ah neste dia eu acordei
diferente.
Eu tomei um banho gelado e vesti um jeans
apertado,
coloquei minha camiseta cortada da
banda ‘’Velho Scotch’’,
calcei meu tênis velho, tapei meus
olhos com meu ray-ban favorito,
prendi meus cabelos com elástico,
inseri fones nos ouvidos e sai para caminhar...
Naquele dia, naquele momento:
A tristeza era quase aparente. E a
saudade era silenciosa.
Apenas se ouvia dentro de mim.
Os óculos escuros escondiam meus
olhos, enquanto eu caminhava.
Eu queria poder mostrar meus olhos ao
mundo, mas não podia.
A dor era grande!
Então eu caminhei o tempo todo escondendo
meus olhos por trás de óculos escuros!
Escondendo meu...
Ah!
Naquele dia eu acordei diferente!
Acordei com dores na alma, querendo caminhar
por horas a fio.
Caminhar para qualquer lugar com meu tênis
velho.
Querendo sentir alguma nova emoção
enquanto ouvia Vanessa da Mata.
Querendo parar de esconder meus
olhos...
Naquele dia eu acordei diferente.
Eu deixei nos cabides todas as saias
que me enfeitam no dia a dia.
E naquele dia eu vesti um jeans
apertado.
Eu sei.
Ah!
Eu sei.
Mil poemas não poderiam me descrever
naquele momento.
Naquele dia em que eu acordei
diferente!
E os meus olhos continuaram
escondidos por trás de óculos escuros...
Naquele dia o mundo estava igual para
todas as pessoas.
Mas para mim nada soava normal, eu
estava diferente!
Tudo o que eu queria era andar por aí
com meus fones de ouvido.
Era ouvir ‘’Vanessa, Elis, Maysa e
Nara ou Natiruts’’ enquanto caminhasse com passos lentos
ao mesmo tempo em que escondesse meus
olhos.
Eu sei!
É!
Eu sei.
Naquele dia tudo poderia ter sido
diferente.
Mas não haveria como ser, pois era
vinte e nove de Setembro.
Então o melhor que eu podia fazer era
caminhar escondendo meus olhos.
O melhor que eu poderia era vestir um
jeans apertado.
A esta altura eu já estava ouvindo ‘’Vento
no Litoral’’ há tanto tempo.
Eu já estava caminhando há tanto tempo.
É!
Eu sei!
Eu estava há tanto tempo de olhos
escuros.
Era vinte de nove de Setembro.
Eram nove da manhã, quando me dei
conta do tempo e do espaço.
Então segurei a dor, sequei meus
olhos, recoloquei meus óculos e voltei.
Em casa a vida estava vazia, mesmo
assim ‘’Meus Vinte Anos’’ tocava no áudio.
E eu de óculos me deitei no chão.
Jogada com meus tênis e meus jeans enquanto
a música me fazia refletir.
Senti uma saudade amarga.
Era vinte e nove de Setembro.
E alguma coisa o durante aquele dia
me incomodou, mas no dia seguinte eu sabia que seria diferente, por que afinal
não seria vinte e nove de Setembro...
Por: Daniela Dias.
Você se foi...
Você se foi
Hoje é dia
vinte e três.
É noite!
No relógio
vinte e duas horas e nove minutos,
os segundos
passam rápido, não posso descrevê-los.
Mas não
importa.
Eu não
preciso descrevê-los.
Realmente
não preciso!
O que eu
preciso descrever aqui neste papel é o...
Ah!
Eu preciso
descrever como tenho me sentido.
Sabe!
O que eu tenho
sentido aqui dentro.
Eu preciso
ver você!
Eu preciso
de você!
Eu preciso
te abraçar!
Eu preciso
gritar!
Eu preciso
chorar!
Eu preciso
dizer aqui, ali ou lá!
Eu preciso
escrever, o quanto tem sido difícil.
Como tem
sido doloroso não ver você,
não saber de
você, não estar com você,
não ouvir
sua voz, não respirar o seu ar.
Não sentir o
seu calor, não saber onde você está.
Mas...
Eu não
consigo fazer isso.
Não!
Não consigo encontrar
forças para fazer tudo isso ou para seguir em frente.
Não sem
você!
Sabe!
Você não
iria querer isso, mas...
Tudo o que
eu tenho feito é me sentar em frente ao mar para ver as ondas.
Tudo o que
eu tenho feito é me sentar em nossa antiga cadeira fria.
Tudo o que
eu tenho feito é abrir garrafas de vinhos.
Tudo o que
eu tenho feito é colocar duas taças sobre a mesa.
Tudo o que
eu tenho feito é tentar esquecer!
Mas feito
algo impossível, feito doença incurável, eu tento, mas não consigo.
Eu abro a porta,
eu fecho a porta.
Eu ando pela
nossa casa com as luzes apagadas.
Eu tento!
Já queimei
todos os retratos!
Mas isso foi
tão em vão, por que você ainda está em minha memória.
Você ainda
está comigo a cada passo.
Hoje é dia
vinte e três.
E tudo o que
eu tenho feito é me lembrar quando na verdade deveria esquecer.
Eu preciso
descrever como tenho me sentido.
Sabe!
O que eu
tenho sentido aqui dentro.
Eu preciso
ver você!
Eu preciso
de você!
Eu preciso
te abraçar!
Eu preciso
gritar!
Eu preciso
chorar!
Eu preciso
dizer aqui, ali ou lá!
Eu preciso
escrever, o quanto tem sido difícil.
Como tem
sido doloroso não ver você,
não saber de
você, não estar com você,
não ouvir
sua voz, não respirar o seu ar.
Mas...
Eu não
consigo fazer isso
Não sem você.
Não!
Então...
Eu que de
corpo cansado e coração pesado não suporto mais,
deito-me em
nossa antiga cama, e suspiro fundo, enquanto olho
sem desviar
um segundo para o teto. E o ventilador gira lentamente.
E este é o
fim do meu tormento.
Enquanto
olho fixamente, e enquanto a hélice gira,
eu tento ler a frase que você deixou lá algum
dia.
E a vejo e
isso me acalma!
Fecho meus
olhos com sua frase confortando aqui dentro.
E dou
desfecho aos meus pensamentos.
Você sabia
que eu iria precisar disso.
Por que você
está por aí em algum lugar no infinito sem mim.
E entro a
dor de não saber de você e a sua frase.
Eu me...
Eu digo
gritando dentro de mim:
- Eu também
amo você!
Hoje é dia
vinte e três.
Vinte e três
horas e cinqüenta e nove minutos.
Os segundos
não sei descrever.
Mas isso não
importa.
O que me
importa é descrever meu amor por você.
O que
importa é eu descrever a falta que você me faz...
Por: Daniela
Dias.
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
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